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4 vezes São Paulo
Conheça histórias de 4 profissionais que amam viver e trabalhar na metrópole
Letícia Moreira /Folha Imagem
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Laércio Abílio
INDÚSTRIA
Uruguaio troca Rio e Miami por reuniões no trânsito
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uruguaio, Francisco Itzaina, 62, é presidente da Rolls-Royce da América do Sul.
Seu escritório fica no Rio de
Janeiro, mas ele prefere morar em São Paulo e vive
"no sentido contrário da
ponte aérea", diz. Na cidade
há 35 anos, ele recorda:
"Sempre apostei no Brasil,
quem me conhece sabe".
Além do Rio, Itzaina também já dispensou Miami
quando trabalhava em outra
multinacional. "Preferi o
escritório secundário porque
ficava aqui", lembra.
Entre suas preferências
estão "a gastronomia de
São Paulo e o espírito trabalhador do brasileiro".
Diferentemente da maioria, que teme o trânsito local,
Itzaina não se incomoda em
dirigir por aqui -e afirma até
gostar. "O carro eu mesmo
dirijo. Tenho viva-voz e consigo fazer parte do trabalho
em reuniões por telefone.
Esse tempo eu não perco."
CONSTRUÇÃO CIVIL
Paulistano sai do canteiro e vira empresário
"Bebeu a água de São
Paulo, não volta mais" é a
frase que Laércio Abílio,
56, mais ouvia na década
de 1970 nos canteiros de
obra de São Paulo.
Paulistano, "nascido e
vivido" na Vila Esperança
(zona leste), ele conviveu
com os migrantes nordestinos que ajudaram a
construir a cidade.
Antes assistente de hidráulica, quebrava paredes para que o especialista
fizesse a instalação dos encanamentos. Agora, tem a
Abílio Hidráulica e Elétrica, com 70 funcionários.
O próximo desafio é tornar-se construtor: está na
sua primeira construção
própria, duas casas geminadas no bairro em que
mora. Logo ele, que vive
com a família na casa em
que morava com a mãe.
"De empregado para patrão, o que muda é a responsabilidade. Eu mesmo
não me defino como empregado", reflete.
CULTURA
Designer troca a Lapa boêmia do Rio pela operária de SP
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Juliana Spinola, 29, é uma
free-lancer que sobrevive na
natureza abundante do mercado de trabalho paulistano.
Largou as festas no Rio e
entrou de tailleur no mundo
corporativo como vendedora
de uma multinacional.
A estreia foi com o estágio
em design, mas logo viu que
"onde se ganhava melhor"
era no setor de vendas.
"Pedi para mudar para lá."
À medida que descobria
que a grana ergue coisas belas, passou ela mesma a querer fazer beleza: curtas-metragens, fotos, layouts, teatro. A aberta veia cultural da
cidade, e não em salas fechadas, era por onde queria fluir.
"A impressão que dá é que
São Paulo é tão grande que
tem espaço para todo mundo, no que quer que seja."
Chegou a abrir uma empresa. "Mas, quando vi que
estávamos querendo sala de
reunião, estagiário e café, resolvi largar tudo. Agora, sou
"frila'", diz a carioca, hoje designer, fotógrafa e moradora
fiel do tradicional bairro
-paulistano- da Lapa.
GASTRONOMIA
"Aqui as pessoas estão abertas a novos sabores"
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Cenia Salles não diz a idade, mas seu trabalho ajuda o
paulistano a encontrar alimentos rejuvenescedores e
saudáveis quando é a hora
de comer fora de casa.
Consultora de gastronomia e líder do "Slow Food"
-um movimento que prega a
alimentação saudável e ecológica- na cidade, Salles conhece as feiras orgânicas e
faz o meio de campo entre os
pequenos produtores do interior e os chefs da capital.
Para ela, a possibilidade de
manter os conhecimentos
profissionais em dia também
é relevante. Por isso, é presença constante em eventos
do setor. "Não faltei a um dia
do evento "Entre Estantes e
Panelas", da Livraria Cultura,
no ano passado", orgulha-se.
"São Paulo é tão "fast" [rápida], mas ao mesmo tempo
muito diversa, o que permite
a existência desse movimento aqui", fala, inspirada.
"Aqui as pessoas estão abertas a novos sabores", destaca.
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