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DOIS-EM-UM
Responsabilidade é requisito-chave
Arquivo Pessoal
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Paulo Herédia insistiu no contato com diversos pais antes de encontrar quem dissesse "sim" |
Mau relacionamento e adaptação podem minar programa; experiência turbina currículo
DA ENVIADA ESPECIAL
A possibilidade de viver no
exterior é animadora, mas, no
caso dos "au pairs", vem acompanhada de uma exigência fundamental: responsabilidade.
Isso porque, paralelamente
aos estudos, eles são encarregados de cuidar das crianças da
família por 45 horas semanais.
As atribuições incluem tirar
os pequenos da cama, fazer café
da manhã, levá-los à escola,
ajudar com a lição de casa, preparar suas refeições e cuidar
deles quando estiverem doentes, machucados ou teimosos.
"O programa é para pessoas
com perfil profissional, que são
maduras", descreve Tracye
Warfield, da AuPairCare.
"É trabalho, não são férias",
completa Deanna Schwartz,
coordenadora de logística da
agência. "Cinco minutos de
atraso ao buscar a criança no
ponto do ônibus escolar é um
grande problema", exemplifica.
Warfield lembra o caso de
uma "au pair" que perdeu a
criança em um cruzeiro. Os
pais decidiram trocar de profissional imediatamente.
Os "au pairs" também podem
pedir a troca de família. Para isso, devem conversar com a
coordenadora regional, que é
designada pela agência no país.
Para que não haja problemas,
funções e limites devem ser
acertados. "Uma estudante de
nutrição não concordava em
dar fritura às crianças no café
da manhã e enviava textos sobre gorduras trans à mãe",
conta Thiago España, diretor
de marketing da World Study.
"A mãe disse a ela que era a
contratada quem precisaria se
adaptar às regras da casa."
A professora Érica Ribeiro,
23, também afirma ter enfrentado dificuldades ao cuidar
de três crianças, com idades entre zero e quatro anos, nos Estados Unidos.
"No começo, sofri rejeição,
pois elas eram muito apegadas
à mãe e à antiga babá.
Um dia, disse chorando à minha "host mom" [mãe anfitriã]
que não queria ficar", conta.
"Mas, com o tempo, as crianças
se apegaram a mim e pediam
que eu nunca fosse embora."
Na avaliação do gerente de
produto do STB Felipe Quintino, existe uma característica
para se dar bem como "au pair":
"O pré-requisito mais importante é amar crianças".
Mercado de trabalho
Tanto esforço pode ser capitalizado no currículo. Marisa
da Silva, consultora da Career
Center, aconselha a mencionar
a vivência internacional, detalhando mais se a área profissional for relacionada ao cuidado
de crianças. "Deve-se especificar também o nível de fluência
dos idiomas", acrescenta.
Para a ex-"au pair" Érica Ribeiro, a experiência foi "o destaque que precisava no currículo". Formada em letras, ela agora leciona inglês a crianças e
adolescentes no Cel Lep.
(MI)
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