Organizações devem estimular a auto-análise de funcionários para maximizar resultados

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Pressão para reduzir custos, equipes cada vez mais enxutas, competitividade em alta, lançamentos em alta velocidade.
Num cenário em que tempo e dinheiro se confundem como nunca, as organizações esforçam-se para tentar superar um de seus principais paradoxos: as reuniões improdutivas.
Para tanto, lançam mão de cursos que ensinam a otimizar o tempo e, dessa forma, buscam a melhoria da produtividade.
"Houve um notável aumento da procura por esse tipo de curso nos últimos cinco anos", afirma a consultora e instrutora de tempo Fernanda Godoy.
A Dell Brasil, gigante do setor de informática, é uma das que colaboram para tal incremento. Passou a investir, desde o ano passado, em programas para ensinar os gestores a aprimorar as técnicas na hora da reunião.
"O líder é o elo a ser desenvolvido", diz a gerente de treinamento e desenvolvimento da Dell, Anelise Townsend.
Oferecer cursos, entretanto, não basta. Para as reuniões produtivas serem perpetuadas, o aprendizado deve ser incorporado à cultura empresarial.
"Logo depois das aulas, foi possível detectar melhorias. Mas, com o tempo, os conceitos foram se perdendo e voltamos a ter problemas como reuniões muito longas e sem objetivos", testemunha o gerente de projetos Fábio Silveira, da B27, firma de análise comportamental.
Na avaliação do professor Carlos Azevedo Maia, coordenador do curso de administração do tempo da FGV-RJ (Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro), é fundamental que o ensino oferecido pelas organizações estimule a auto-análise.
"A pessoa entende o que há de errado com ela, como a dificuldade de manter o foco, e percebe o comportamento que transporta para as reuniões."
"Uma saída é fazer com que os subordinados avaliem regularmente o desempenho das reuniões de seus superiores", aconselha Townsend, da Dell.
(MARIA CAROLINA NOMURA)


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