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sua carreira / pesquisa de opinião e marketing
Mercado abre as portas para a área
Demanda crescente atrai profissionais com formações diversas -de estatística a psicologia
LUISA PAIVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Chega a época de eleições e as
pesquisas invadem o noticiário.
O que muitos deixam de notar é
que, por trás desses números,
existe uma carreira de pouca
evidência e em plena ascensão:
a de pesquisador de campo.
A atividade é multifuncional.
Envolve desde os que completaram o ensino médio até profissionais com diversas formações -entre as mais comuns
estão marketing, economia, administração, comunicação, psicologia, sociologia e estatística.
Segundo dados da SBPM (Sociedade Brasileira de Pesquisa
de Mercado), somente o aquecimento do mercado de pesquisa de opinião nos meses pré-eleitorais gerou cerca de 10 mil
contratações em todo país.
A maior parte da demanda,
contudo, vem dos estudos
voltados para o consumidor.
"A alta concorrência entre as
empresas valoriza a carreira.
Comprar informações é uma
forma de garantir o sucesso do
marketing e de novos produtos", afirma Rogério Cajado, vice-presidente da Abep (Associação Brasileira de Empresas
de Pesquisa) e diretor do Ibope.
"O segmento fatura R$ 870 milhões e cresce 4% ao ano."
Há dois grandes focos de
atuação: os institutos de pesquisa e as próprias empresas.
"O melhor da profissão é o caráter estratégico. A cada trabalho, aprende-se mais e não existe rotina", conta Camila Aya
Shiguematsu, 27, gerente de
projetos da TNS Interscience.
Formada em marketing pela
ESPM, ela está nesse campo
desde 2002. Estreou como analista-estagiária na ACNielsen.
"Muitas pessoas caem de pára-quedas na área, mas não resistem. O trabalho é puxado e a
carga horária é grande. Tem de
gostar da profissão", pondera.
O Brasil tem, hoje, cerca de
2.000 empresas de pesquisa,
mas a atividade ainda é sazonal.
"O aquecimento ocorre em períodos de investimentos industrial e publicitário e de grandes
eventos, como eleições. Por isso as equipes fixas são pequenas e há muitos autônomos",
descreve Rogério Cajado.
Formação
Não há um diploma de graduação para pesquisador, mas,
há dois anos, a USP abriu uma
graduação de marketing com
especialização em pesquisa.
"O bom profissional deve dominar marketing, psicologia,
técnicas de estatística e informática", diz o coordenador do
curso, José Afonso Mazzon.
No mercado há 12 anos, Noeli
Pereira, 41, tem graduação em
estatística na Unesp e MBA em
marketing de serviços na USP.
Apesar de toda a experiência e
formação, a pesquisadora está
desempregada há um mês.
"Estava em uma empresa inglesa que segue as normas internacionais. [Nessa companhia,]
eles acreditam que não precisam de estatísticos, pois o profissional de marketing deve ter
esse conhecimento. Só que isso
não se aplica aqui", ressalta.
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