São Paulo, domingo, 24 de setembro de 2006

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cursos

Subsídio exige interesses alinhados

Para conquistar ajuda de custo do empregador, é preciso mostrar benefícios para a carreira

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Theo Dutra Vieira, 25, já conseguiu oito cursos subsidiados pela Unilever para aprimorar seu desenvolvimento. Com promoções rápidas, hoje é coordenador de marketing.
"Sei que consegui [o auxílio] por duas razões: tenho boa avaliação na firma e os cursos sempre deram resultado", explica Vieira, que já planejou outro pedido de subsídio para 2007.
Segundo a pesquisa Delphi RH 2010, realizada pela FIA (Fundação Instituto de Administração), 52% das firmas mantêm programas de auto-desenvolvimento profissional.
"Os cursos e os profissionais que farão parte do projeto são escolhidos de acordo com os interesses da empresa. Não é mais parte de um benefício, mas de um investimento", comenta o professor da FEA-USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade) Lindolfo Albuquerque.
Por isso, ao escolher o curso que apresentará ao RH ou ao superior, o profissional deve tomar o cuidado de relacioná-lo a um plano de carreira e mostrar como a aquisição desses conhecimentos pode ajudá-lo no desempenho do trabalho. Estar antenado com os objetivos da empresa e com o desenvolvimento do mercado ajuda a formar bons argumentos (veja mais no quadro ao lado).

Atualização
Além de desenvolver habilidades, o funcionário que faz cursos com subsídio da empresa se mostra interessado, o que conta pontos para sua carreira.
"Essa prática é lucrativa para ambos os lados, pois, patrocinando programas de educação, a instituição terá uma equipe mais qualificada", esclarece Marco Antonio Quége, especialista em gestão de pessoas do Ibmec São Paulo. Uma prática comum, diz, é a empresa oferecer cursos fechados que atendam suas necessidades em parceria com universidades.
Bancos e as áreas tecnológica e de serviços apresentam maior necessidade de treinamento. No Banco Real, cerca de 450 funcionários fazem MBA, além de cursos dados pela empresa. "É importante alinhar o foco estratégico da instituição com os conhecimentos dos cargos de liderança", diz Valéria Fernandes, superintendente de educação e desenvolvimento.
A internacionalização das empresas também exige um conhecimento que incentiva o subsídio de cursos no exterior. Depois de oito anos no escritório de advocacia Pinheiro Neto, Paulo Dantas, 28, iniciou, na Holanda, o curso de mestrado em direito e economia. "Pesquisei custos, falei com universidades e mandei tudo para a empresa", conta o advogado, que recebe ajuda de custo.

Relacionamento
O contraponto dos subsídios está no fato de ser um processo que demanda tempo e dinheiro dos dois lados no médio prazo. "Como a qualificação exige investimento da empresa e do funcionário, a companhia espera evitar a rotatividade de pessoal", aponta Marco Quége.
Cristina Melo, 26, está há quatro anos no departamento jurídico da Rhodia. Desde fevereiro, a empresa paga 70% do seu curso de pós-graduação em direito da economia na FGV (Fundação Getulio Vargas).
"Ao mesmo tempo em que estou mais motivada, sei que é um novo desafio. Sinto-me mais cobrada e mais comprometida a trazer retorno para a firma, que está investindo na minha formação profissional." (LUISA PAIVA)


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