|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
cursos
Subsídio exige interesses alinhados
Para conquistar ajuda de custo do empregador, é preciso mostrar benefícios para a carreira
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Theo Dutra Vieira, 25, já conseguiu oito cursos subsidiados
pela Unilever para aprimorar
seu desenvolvimento. Com
promoções rápidas, hoje é
coordenador de marketing.
"Sei que consegui [o auxílio]
por duas razões: tenho boa avaliação na firma e os cursos sempre deram resultado", explica
Vieira, que já planejou outro
pedido de subsídio para 2007.
Segundo a pesquisa Delphi
RH 2010, realizada pela FIA
(Fundação Instituto de Administração), 52% das firmas
mantêm programas de auto-desenvolvimento profissional.
"Os cursos e os profissionais
que farão parte do projeto são
escolhidos de acordo com os
interesses da empresa. Não é
mais parte de um benefício,
mas de um investimento",
comenta o professor da FEA-USP (Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade) Lindolfo Albuquerque.
Por isso, ao escolher o curso
que apresentará ao RH ou ao
superior, o profissional deve
tomar o cuidado de relacioná-lo a um plano de carreira e mostrar como a aquisição desses
conhecimentos pode ajudá-lo
no desempenho do trabalho.
Estar antenado com os objetivos da empresa e com o desenvolvimento do mercado ajuda
a formar bons argumentos
(veja mais no quadro ao lado).
Atualização
Além de desenvolver habilidades, o funcionário que faz
cursos com subsídio da empresa se mostra interessado, o que
conta pontos para sua carreira.
"Essa prática é lucrativa para
ambos os lados, pois, patrocinando programas de educação,
a instituição terá uma equipe
mais qualificada", esclarece
Marco Antonio Quége, especialista em gestão de pessoas do
Ibmec São Paulo. Uma prática
comum, diz, é a empresa oferecer cursos fechados que atendam suas necessidades em parceria com universidades.
Bancos e as áreas tecnológica
e de serviços apresentam maior
necessidade de treinamento.
No Banco Real, cerca de 450
funcionários fazem MBA, além
de cursos dados pela empresa.
"É importante alinhar o foco
estratégico da instituição com
os conhecimentos dos cargos
de liderança", diz Valéria Fernandes, superintendente de
educação e desenvolvimento.
A internacionalização das
empresas também exige um conhecimento que incentiva o
subsídio de cursos no exterior.
Depois de oito anos no escritório de advocacia Pinheiro Neto,
Paulo Dantas, 28, iniciou, na
Holanda, o curso de mestrado
em direito e economia. "Pesquisei custos, falei com universidades e mandei tudo para a
empresa", conta o advogado,
que recebe ajuda de custo.
Relacionamento
O contraponto dos subsídios
está no fato de ser um processo
que demanda tempo e dinheiro
dos dois lados no médio prazo.
"Como a qualificação exige investimento da empresa e do
funcionário, a companhia espera evitar a rotatividade de pessoal", aponta Marco Quége.
Cristina Melo, 26, está há
quatro anos no departamento
jurídico da Rhodia. Desde fevereiro, a empresa paga 70% do
seu curso de pós-graduação em
direito da economia na FGV
(Fundação Getulio Vargas).
"Ao mesmo tempo em que
estou mais motivada, sei que é
um novo desafio. Sinto-me
mais cobrada e mais comprometida a trazer retorno para a
firma, que está investindo na
minha formação profissional."
(LUISA PAIVA)
Texto Anterior: Na prancheta Próximo Texto: Como pedir subsídio Índice
|