São Paulo, domingo, 25 de junho de 2006

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SETOR PÚBLICO/EMPRESAS "MISTAS"

Gosto pela defesa do interesse coletivo precede ascensão

Antes de almejar estabilidade e salários atrativos, profissional deve priorizar a função social do trabalho

Raimundo Paccó/Folha Imagem
Adriana Ribeiro, que deixará a prefeitura para ser diplomata


MARINA MELLO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Em uma carreira pública, o melhor caminho para deslanchar profissionalmente é a promoção dos valores coletivos, enfatizam gestores, juristas e diplomatas bem-sucedidos.
Segundo o embaixador Luiz Filipe Macedo Soares, quem quer se tornar peça-chave na área pública deve ser "entusiasta do país e de sua cultura".
José Roberto Bedaque, desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo, faz coro: "Não é certo ver essas carreiras como um simples emprego. É preciso estar disposto a defender o interesse público e ter vocação, pois o volume de trabalho é enorme e a carreira se desenvolve muito lentamente".
Ciente disso, Adriana Telles Ribeiro, 28, aprovada no concurso do Instituto Rio Branco, demonstra "vontade de brigar" para melhorar o Brasil.
"Eu gostaria de seguir a linha da diplomacia pública, fazendo a ponte para os contatos que possam ajudar o país", diz Ribeiro, que é filha de diplomata e passou a infância no exterior.

Organizações "mistas"
Além do poder público, há a opção de fazer carreira nas chamadas empresas "mistas", que unem características de órgãos públicos e privados. O ingresso nelas é feito por meio de concursos, ao passo que o regime de contratação é o da CLT, sem garantia de estabilidade.
"Os bancos privados escolhem as pessoas a partir das competências e do perfil que necessitam", explica Diva de Souza Dias, diretora de gestão de pessoas da Caixa Econômica Federal. "Em uma empresa "mista", os únicos critérios são o desempenho em concurso e os títulos -daí a exigência de estar técnica e academicamente bem-preparado", diz.
Para quem busca maior estabilidade, essa é uma boa opção. "É um tipo de empresa menos sujeita às oscilações do mercado, já que conta com capital estatal e presta serviços públicos fundamentais", destaca Walter Sigollo, superintendente de recursos humanos da Sabesp.
Visão de longo prazo é outro aspecto importante. "O plano de carreira é concebido para que o funcionário fique na companhia até a aposentadoria", explica Laírton Correa de Souza, gerente de gestão de efetivos da Petrobras.
Do outro lado, cabe à empresa formular políticas para tornar o trabalho estimulante. Na avaliação do diretor de administração do Banco Central, João Antonio Fleury Teixeira, "um dos grandes desafios é manter os jovens nas estruturas, proporcionando-lhes treinamentos e incentivos".
Responsável por serviços de infra-estrutura e manutenção na Sabesp, Adriana Colnago, 27, dá outra dica para evoluir mais rápido na carreira: "É necessário estar aberto a novas possibilidades. Mas muitos não têm essa flexibilidade".


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