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SETOR PÚBLICO/EMPRESAS "MISTAS"
Gosto pela defesa do interesse coletivo precede ascensão
Antes de almejar estabilidade e salários atrativos, profissional deve priorizar a função social do trabalho
Raimundo Paccó/Folha Imagem
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Adriana Ribeiro, que deixará a prefeitura para ser diplomata |
MARINA MELLO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Em uma carreira pública, o
melhor caminho para deslanchar profissionalmente é a promoção dos valores coletivos,
enfatizam gestores, juristas e
diplomatas bem-sucedidos.
Segundo o embaixador Luiz
Filipe Macedo Soares, quem
quer se tornar peça-chave na
área pública deve ser "entusiasta do país e de sua cultura".
José Roberto Bedaque, desembargador do Tribunal de
Justiça de São Paulo, faz coro:
"Não é certo ver essas carreiras
como um simples emprego. É
preciso estar disposto a defender o interesse público e ter vocação, pois o volume de trabalho é enorme e a carreira se desenvolve muito lentamente".
Ciente disso, Adriana Telles
Ribeiro, 28, aprovada no concurso do Instituto Rio Branco,
demonstra "vontade de brigar"
para melhorar o Brasil.
"Eu gostaria de seguir a linha
da diplomacia pública, fazendo
a ponte para os contatos que
possam ajudar o país", diz Ribeiro, que é filha de diplomata e
passou a infância no exterior.
Organizações "mistas"
Além do poder público, há a
opção de fazer carreira nas chamadas empresas "mistas", que
unem características de órgãos
públicos e privados. O ingresso
nelas é feito por meio de concursos, ao passo que o regime
de contratação é o da CLT,
sem garantia de estabilidade.
"Os bancos privados escolhem as pessoas a partir das
competências e do perfil que
necessitam", explica Diva de
Souza Dias, diretora de gestão
de pessoas da Caixa Econômica
Federal. "Em uma empresa
"mista", os únicos critérios são o
desempenho em concurso e os
títulos -daí a exigência de estar técnica e academicamente
bem-preparado", diz.
Para quem busca maior estabilidade, essa é uma boa opção.
"É um tipo de empresa menos
sujeita às oscilações do mercado, já que conta com capital estatal e presta serviços públicos
fundamentais", destaca Walter
Sigollo, superintendente de recursos humanos da Sabesp.
Visão de longo prazo é outro
aspecto importante. "O plano
de carreira é concebido para
que o funcionário fique na
companhia até a aposentadoria", explica Laírton Correa de
Souza, gerente de gestão de efetivos da Petrobras.
Do outro lado, cabe à empresa formular políticas para tornar o trabalho estimulante. Na
avaliação do diretor de administração do Banco Central,
João Antonio Fleury Teixeira,
"um dos grandes desafios é
manter os jovens nas estruturas, proporcionando-lhes treinamentos e incentivos".
Responsável por serviços de
infra-estrutura e manutenção
na Sabesp, Adriana Colnago,
27, dá outra dica para evoluir
mais rápido na carreira: "É necessário estar aberto a novas
possibilidades. Mas muitos não
têm essa flexibilidade".
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