|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EMPRESAS DE MÉDIO PORTE
Firma menor desponta como opção
Mudanças no ambiente profissional traçam boas perspectivas de carreira fora das múltis
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Roberto Paschoali, 55, tem
no currículo 40 anos de trabalho no mercado financeiro e a
presidência do Lloyds Bank.
Sua trajetória superou as expectativas dos pais, que torciam para que o menino tivesse
uma "vida estável", como concursado do Banco do Brasil, e
aposentadoria garantida.
Iniciou na área operacional
do Lloyds e passou por tesouraria, gerência e vice-presidência
até atingir o posto de principal
homem do grupo no país, cargo
que ocupou por quatro anos,
antes de abandoná-lo para dirigir uma firma de médio porte.
Paschoali, contudo, não quer
servir de espelho aos filhos e à
nova geração de executivos.
"Não sigam o meu exemplo. Tive uma carreira clássica, o que
hoje não existe mais", sugere.
"Agora não dá mais para entrar
numa grande empresa, num
cargo pequenininho, e passar
décadas até chegar a CEO. Fui
um dos últimos "dinossauros"."
Ele notou, na prática, mudanças apontadas por especialistas. "O mundo está bastante
mutável e as carreiras serão cada vez mais em ziguezague", diz
Anderson Sant'Anna, professor
da Fundação Dom Cabral.
Nesse contexto, já não é incomum encontrar profissionais
que, como Paschoali, deixam as
organizações de faturamento
polpudo para abraçar a carreira
em empresas de médio porte.
José Rubens Spada Jr., 40, é
um deles. Foi executivo do alto
escalão da IBM por 12 anos, depois vice-presidente da Unisys.
Deixou as gigantes para presidir a MBC Software, com 90
funcionários. De lá, saiu para
dirigir a BFSI (Banking, Financial, Services & Insurance).
Spada pondera que o trabalho em uma grande corporação
consolidada mantém níveis de
processos muito delineados.
"Isso inibe a colaboração, a iniciativa e a liberdade dos funcionários", desabafa. "Estou em
uma empresa com mil funcionários, que está crescendo muito e em pouco tempo -e o momento importa mais do que o
porte da companhia", afirma.
Entre as vantagens da nova
carreira, conta que visitará a
Índia várias vezes neste ano.
"Não a conheço, dizem coisas
horríveis e maravilhosas de lá."
"Há vários estereótipos profissionais que estão ficando velhos",diz Gilberto Guimarães,
diretor da BPI, especializada
em transição de carreira. Há sete anos, ele próprio deixou a
presidência da Paramount-Lansul, do ramo têxtil, em que
tinha benefícios como escola
para os filhos, viagens e motorista, para abraçar a BPI. Motivo? "Liberdade", resume.
(TA)
Texto Anterior: Empresas de médio porte Próximo Texto: Dicas Índice
|