São Paulo, domingo, 25 de junho de 2006

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EMPRESAS DE MÉDIO PORTE

Firma menor desponta como opção

Mudanças no ambiente profissional traçam boas perspectivas de carreira fora das múltis

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Roberto Paschoali, 55, tem no currículo 40 anos de trabalho no mercado financeiro e a presidência do Lloyds Bank.
Sua trajetória superou as expectativas dos pais, que torciam para que o menino tivesse uma "vida estável", como concursado do Banco do Brasil, e aposentadoria garantida.
Iniciou na área operacional do Lloyds e passou por tesouraria, gerência e vice-presidência até atingir o posto de principal homem do grupo no país, cargo que ocupou por quatro anos, antes de abandoná-lo para dirigir uma firma de médio porte.
Paschoali, contudo, não quer servir de espelho aos filhos e à nova geração de executivos. "Não sigam o meu exemplo. Tive uma carreira clássica, o que hoje não existe mais", sugere. "Agora não dá mais para entrar numa grande empresa, num cargo pequenininho, e passar décadas até chegar a CEO. Fui um dos últimos "dinossauros"."
Ele notou, na prática, mudanças apontadas por especialistas. "O mundo está bastante mutável e as carreiras serão cada vez mais em ziguezague", diz Anderson Sant'Anna, professor da Fundação Dom Cabral.
Nesse contexto, já não é incomum encontrar profissionais que, como Paschoali, deixam as organizações de faturamento polpudo para abraçar a carreira em empresas de médio porte.
José Rubens Spada Jr., 40, é um deles. Foi executivo do alto escalão da IBM por 12 anos, depois vice-presidente da Unisys.
Deixou as gigantes para presidir a MBC Software, com 90 funcionários. De lá, saiu para dirigir a BFSI (Banking, Financial, Services & Insurance).
Spada pondera que o trabalho em uma grande corporação consolidada mantém níveis de processos muito delineados. "Isso inibe a colaboração, a iniciativa e a liberdade dos funcionários", desabafa. "Estou em uma empresa com mil funcionários, que está crescendo muito e em pouco tempo -e o momento importa mais do que o porte da companhia", afirma.
Entre as vantagens da nova carreira, conta que visitará a Índia várias vezes neste ano. "Não a conheço, dizem coisas horríveis e maravilhosas de lá."
"Há vários estereótipos profissionais que estão ficando velhos",diz Gilberto Guimarães, diretor da BPI, especializada em transição de carreira. Há sete anos, ele próprio deixou a presidência da Paramount-Lansul, do ramo têxtil, em que tinha benefícios como escola para os filhos, viagens e motorista, para abraçar a BPI. Motivo? "Liberdade", resume. (TA)


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