São Paulo, domingo, 26 de maio de 2002

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VIGILÂNCIA VIRTUAL

Empresas rastreiam e-mail e sites visitados

TATIANA DINIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Observar o que as pessoas andam fazendo não é prática exclusiva dos "reality shows" exibidos na televisão. É cada vez maior o número de empresas que monitoram cada passo dos funcionários no uso do correio eletrônico e nos acessos que fazem à internet.
Na última semana, a General Motors demitiu 33 funcionários acusados de sobrecarregar a rede com a divulgação de mensagens pornográficas. A empresa voltou atrás na demissão de 16. Além deles, outros 111 empregados teriam sido advertidos. Procurada pela Folha, a GM não confirmou os números nem comentou o caso.
Rastrear o comportamento on-line dos funcionários não é difícil. Aliás, torna-se mais comum. Segundo a BR Connection, empresa que desenvolveu uma ferramenta de controle para corporações, o número de solicitações quase duplicou no último ano.
De janeiro a maio do ano passado, 259 corporações adquiriram licenças de uso do seu pacote que possibilita acompanhar o acesso à internet e a entrada e saída de e-mails. Em 2002, no mesmo período, o total saltou para 486.

Tendência
Já em 1999, pesquisa da empresa de segurança em informática Integralis mostrava que os funcionários britânicos dedicavam pelo menos duas horas diárias do expediente ao uso indevido da internet. Não há números atualizados.
Estudo feito pelo instituto Computer Economics revelava que, no mesmo ano, as empresas americanas perderam US$ 5,3 bilhões com a "navegação recreativa".
"O monitoramento é uma tendência no mercado. Ao disponibilizar um computador, espera-se que a ferramenta aumente a produtividade, e não o contrário", diz Francisco Odorino Neto, 29, diretor comercial da BR Connection.
Como não há uma legislação específica sobre o tema, o uso da rede é norteado por políticas internas. O desrespeito às normas pode levar até a demissões.
Na IBM Brasil, os funcionários não devem usar a conta de e-mail para assuntos pessoais a fim de "evitar vazamento de informações confidenciais e sobrecarga do sistema", segundo o gerente de tecnologia Fernando Caseira, 53.
Também é vedado o acesso a sites de conteúdo ilegal, como os de pedofilia. Por outro lado, a empresa otimizou a conexão com sites bancários e não tem restrições às compras via web. "A política é liberal e baseada na confiança."

BR Connection: www.brc.com.br.


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