São Paulo, domingo, 26 de maio de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

APOSENTADORIA

Preparação deve começar bem antes

LUIZ ALBERTO GARCIA ALVERNAZ
ESPECIAL PARA A FOLHA

Mesmo com a recente alteração na Lei de Previdência Social, ainda não temos fixada uma idade mínima para a aposentadoria social. Isso significa a manutenção da concessão desse benefício para homens com idade a partir de 45 anos e para mulheres que tenham mais de 42 anos.
No entanto, o efeito do fator previdenciário postergará a aposentadoria por tempo de serviço para idades em torno de 55 anos. A geração de futuros aposentados, portanto, será menos jovem.
Por isso devemos nos preparar com uma antecedência bem maior. Financeiramente, alguns aspectos deverão ser observados:
1) Para quem recebe até R$ 1.300 por mês, a cobertura pela Previdência Social é razoável, podendo alcançar o salário mensal.
À proporção que o salário aumenta, a situação se complica. Devem ser considerados os benefícios não concedidos na aposentadoria (como tíquete-refeição, assistência odontológica etc).
2) O segurado que não tiver a cobertura de um plano de pensão em seu emprego precisa efetuar uma poupança compulsória, sob pena de não ter aposentadoria e ter de trabalhar até quando o mercado o suportar. Quanto mais cedo começar essa poupança, menor o desembolso futuro.
3) Saúde é o item de maior despesa na terceira idade. Uma pesquisa da Mercer com grandes empresas aponta que 100% concediam assistência médica aos funcionários e só 19% a proporcionavam aos aposentados. Portanto, reservar recursos para um plano de saúde é uma prioridade.
Para garantir uma vida digna na aposentadoria, outro desafio para o profissional é saber como se ocupar, como superar a perda do "sobrenome" da empresa onde trabalhou por anos. O planejamento de atividades e até das de lazer integral deve se iniciar pelo menos dez anos antes da obtenção da aposentadoria. É importante ter consciência de que nessa nova etapa da vida, os valores são diferentes. Nem piores nem melhores, apenas diferentes.


Luiz Alberto Garcia Alvernaz é diretor-geral e principal executivo da Mercer Human Resource Consulting no Brasil



Texto Anterior: Ética no Trabalho: Discrição e "jogo limpo" devem ser as normas
Próximo Texto: Depoimento
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.