São Paulo, domingo, 26 de agosto de 2007

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saúde corporativa

Governo lança selo para empresas livres de fumo

Tabagismo passivo é 3ª maior causa de morte evitável no mundo

Leo Caobelli/Folha Imagem
Mara Santos, que parou de fumar com a ajuda da empresa


ANDRESSA ROVANI
DA REPORTAGEM LOCAL

Trabalhadores fumantes estão com seus dias contados. Se depender da mobilização que começa a tomar conta das corporações, os fumantes terão cada vez menos oportunidades de se entregar ao vício.
Se antes, contudo, o movimento era para que eles abandonassem o cigarro, agora uma nova perspectiva entra em cena: em vez de cercear a fumaça, as empresas vão passar a proteger quem não fuma, mas está exposto às toxinas do cigarro.
O pontapé inicial da cruzada contra o fumo deve ocorrer amanhã, com o lançamento pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo de um selo que certificará ambientes livres de tabaco. A iniciativa acontece em virtude do Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado nesta quarta-feira, dia 29.
"Antes, o combate ao tabagismo era o foco [das empresas]. Mas é preciso levar em conta que passamos um terço de nossas vidas no ambiente de trabalho. Por isso o tabagista passivo, que inala a fumaça do cigarro e convive com fumantes em ambientes fechados, tornou-se foco", afirma o médico Antonio Sérgio Almeida Fonseca, assessor da vice-presidência de serviços de referência e ambiente da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e coordenador da comissão que está implantando o projeto na ENSP/ Fiocruz (Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca).
O médico estima que o tabagismo passivo seja a terceira maior causa de morte evitável no mundo, logo depois do tabagismo ativo e do consumo excessivo de álcool.
Segundo Fonseca, o exemplo deverá ser adotado, gradualmente, por todas as empresas, em um movimento semelhante ao veto ao fumo em ambientes como cinema e avião, que há até pouco tempo permitiam fumar em suas dependências.
Na Johnson & Johnson, a medida entrou em vigor neste ano, em todas as dependências de todos os escritórios e na fábrica. Dentro dos limites da instituição, sejam abertos ou fechados, é proibido fumar.
"Não temos a intenção de proibir os fumantes, mas evitar que fumem dentro da empresa. O programa é uma proteção aos não-fumantes", explica Luiz Infante, gerente-médico regional da Johnson & Johnson para a América Latina.
Pesquisa interna feita pela instituição apontou que 97% dos fumantes concordam com a medida. Infante ressalta também que não há discriminação na hora da seleção de novos profissionais, mas o candidato é avisado de antemão sobre a política da empresa. A Johnson & Johnson será a primeira a receber o selo governamental.

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