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Aumento salarial pede satisfação
Em promoção ou escolha de carreira, ideal é avaliar paixão pela área, orientam especialistas
SXC
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Subir degraus na carreira para obter salário maior nem sempre é a chave
para a felicidade
DO NEW YORK TIMES
Receber um salário maior
o tornará mais feliz?
Essa é uma questão que
atrai muitos de nós: a troca
de um trabalho que nos satisfaça por outro que ofereça
um contracheque polpudo.
Estudantes ponderam a
questão quando analisam a
futura profissão. Trabalhadores se preocupam com isso
quando pesam uma promoção que pode trazer mais horas e estresse com o salário.
Alcançar a medida ideal
depende de valores, prioridades, obrigações e hábitos
de compra. Mas, segundo um
estudo recente na publicação
científica "Proceedings of the
National Academy of Sciences", existe algo como um
número mágico quando se
avalia salário e felicidade.
Para os norte-americanos,
além do orçamento doméstico, calculado em US$ 75 mil
por ano, dinheiro "não faz
nada por felicidade, divertimento, tristeza ou estresse",
concluiu o estudo.
Muito dinheiro não compra felicidade, mas sua falta
traz miséria, disse Daniel
Kahneman, professor de psicologia em Princeton e um
dos autores do trabalho.
O estudo, feito com dados
de 450 mil americanos da base da empresa de pesquisa
Gallup, mostrou que a avaliação de vida melhora com
o aumento da renda. Mas não
no mesmo nível da experiência da felicidade no dia a dia.
AMBIGUIDADE
"Muitas pessoas querem
ganhar bastante dinheiro,
mas os benefícios de ter uma
renda alta são ambíguos",
disse Kahneman, ganhador
do prêmio Nobel de economia. Segundo ele, um estudo
recente sugere que pessoas
mais ricas "parecem ser menos hábeis para saborear as
pequenas coisas da vida".
Atualmente, muitos estão
preocupados se terão um emprego. Com razão, a recessão
fez com que alguns colocassem a recompensa financeira
na carreira em primeiro lugar, disse Nicholas Lore, fundador do Rockport Institute,
empresa de "coaching", e autor de "The Pathfinder" (O
pioneiro, em tradução livre).
Isso, contudo, poderia se
mostrar uma escolha equivocada: basta o profissional
descobrir que a área que
escolheu por causa do alto
salário não o satisfaz.
Lore recentemente fez um
trabalho de "coaching" com
um advogado que resolveu
renunciar à sua alta renda
para lecionar direito e com
um profissional que trocou o
banco por uma companhia
de energia verde.
A mudança depende de
prioridades, disse Lore. Algumas pessoas estão dispostas a fazer esse tipo de alteração porque as recompensas
intrínsecas de seguir uma
paixão ou de fazer a diferença são mais importantes que
um salário alto em uma carreira sem prazer, afirmou.
ESCOLHA
"É muito difícil jogar nesse
sistema. As condições mudam -um campo quente hoje pode ser morno em cinco
ou 10 anos", disse Daniel H.
Pink, autor de "Drive: The
Surprising Truth About What
Motivates Us" (Direção: a
verdade surpreendente sobre o que nos motiva, em tradução livre).
Digamos que contadores
têm recebido salários decentes assim que saem da faculdade, assinalou Pink, mas
você não gosta de contabilidade. "As probabilidades são
de que você não seja muito
bom profissionalmente" e o
seu salário será reflexo disso.
Para Lore, muitas pessoas
equacionam sucesso com
uma alta renda, mas "como
alguém pode dizer que é
bem-sucedido se não é feliz
fazendo seu trabalho? Para
mim, isso não é sucesso".
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