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sua carreira/ história
Historiador mira futuro profissional
Além da sala de aula, consultorias, instituições de pesquisa e museus são áreas de atuação
CLAYTON BUENO
DA REDAÇÃO
Descobrir novidades escondidas em coisas antigas. Essa é
a função dos historiadores dedicados à pesquisa, um trabalho de detetive feito por uma
classe associada à docência.
Apesar da fama, a sala de aula
é só um dos redutos onde o historiador pode exercer a função.
Museus, instituições de pesquisa ou empresas de consultoria
também são opções para quem
deseja diversificar suas atividades ou não quer mais dar aulas.
Foi o que fez a historiadora
Flávia Borges, 48. Após lecionar por 11 anos, ela fundou,
com dois amigos, a Tempo e
Memória, consultoria de pesquisa institucional e arquivo.
Borges conta que, quando
criou a empresa, em 1988, levou
um ano até conseguir seu primeiro cliente. "Ninguém conhecia o nosso trabalho", diz.
"A gente fazia papéis de secretária e assessor de imprensa."
Para sobreviver ao primeiro
ano, ela contou com a ajuda do
pai, que lhe emprestou o escritório e a linha telefônica. Hoje
tem cerca de 30 funcionários,
entre historiadores e arquivistas. "Valeu a pena", resume.
Museu e educação
Uma vertente que tem crescido nos museus desde o início
da década é o setor educativo,
área responsável por tornar o
conteúdo do acervo mais acessível ao público e por enriquecer a visita -uma das formas
de atuar em um museu sem
perder o gosto pelo ensino.
Esse foi o caminho seguido
pela historiadora Denise Peixoto, 40, que trabalha no Museu
Paulista da USP desde 2001.
Ela foi contratada para implantar o setor educativo na instituição. "No primeiro momento,
eu estava sozinha", lembra.
Hoje, a equipe conta com um
total de nove pessoas.
O setor é responsável por
dar cursos para professores que
queiram saber mais sobre o
acervo antes de levar seus alunos para uma visita. Além disso, também produz os folhetos
da instituição e redige boa parte dos textos que acompanham
os itens do acervo.
Para Peixoto, o museu é um
espaço multidisciplinar: "Revelar esse universo ao professor e
ao pesquisador é fascinante".
Regulamentação
Apesar de toda a tradição, a
profissão de historiador ainda
não é regulamentada. O projeto
de lei do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), de julho de
2006, está, desde agosto, aguardando parecer da Comissão de
Trabalho, de Administração e
Serviço Público. Em junho de
2004, outro projeto semelhante havia sido apresentado, mas
nem chegou a ser votado.
Para a presidente da Anpuh
(Associação Nacional de História), Eni de Mesquita Samara, a
regulamentação ampliará o
universo de trabalho do historiador, que poderia atuar em
setores hoje ocupados também
por outros profissionais.
"O guia de museu, por exemplo, poderia ser um historiador.
Teria uma bagagem maior e
muito mais a contribuir. E são
nichos preenchidos por gente
que não é da área", defende.
O deputado Arantes ressalta
que é preciso haver mais pressão por parte dos historiadores
para que a regulamentação seja
desengavetada. Segundo ele,
não é possível prever o andamento ou o sucesso do projeto.
"Se a gente vai conseguir [a
aprovação da proposição], é
uma situação diferente", diz.
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