São Paulo, domingo, 27 de junho de 2004

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BENEFÍCIOS

80% preferem dinheiro como incentivo

DA REDAÇÃO

A perspectiva de bater as metas e receber como prêmio uma viagem internacional ou um DVD agrada, mas as estações "empresa" e "funcionário" nem sempre estão em perfeita sintonia.
Levantamento realizado em maio pela Sim Incentive, que atua com marketing de reconhecimento, aponta que 80% dos 6.500 entrevistados preferem receber a premiação em dinheiro. E, por outro lado, o vil metal não costuma figurar entre as opções das companhias por não representar um "troféu" a quem se destacou.
"Estamos na era do livre arbítrio, ninguém quer prêmio imposto nem autoritarismo. Hoje quem traz resultado tem um perfil mais independente", afirma Sueli Brusco, diretora-executiva da Sim Incentive.
E pondera: "A empresa pode descobrir o que a equipe quer e transformar o dinheiro num prêmio desejado. Não é o dinheiro pelo dinheiro, mas o dinheiro pela liberdade de escolha".
Pesquisar os interesses dos funcionários e descobrir como realmente motivá-los pode evitar que uma boa intenção se transforme num drama, como enviar a Nova York, no inverno, alguém que não fale inglês e adore o verão (caso contado por um entrevistado).
Em vez de lançar uma campanha e investir numa superviagem que vá premiar dois funcionários, a solução pode ser oferecer pacotes mais baratos, mas para um número maior de felizardos.
"A viagem é o presente que mais marca a pessoa, mas há cuidados a serem tomados, tentando atingir mais contemplados", diz Andrea Prandini, gerente de marketing da Reed Exhibitions, organizadora da Lacime, feira do setor. Brusco completa: "A firma tem de dar atenção ao cliente interno".
Na Cia. Marketing Group, que planeja ações de incentivo, os pacotes são personalizados. "Geralmente propomos viagem em grupo para haver integração entre os funcionários. Na escolha do destino, há a preocupação de escolher um lugar especial, como uma cidade interessante e em que a empresa pensa em investir", diz Sandro Ari Pinto, sócio da firma.
A equipe de vendas de cerca de 400 profissionais da Syngenta (agribusiness) concorre anualmente a uma viagem. Apesar de não haver pesquisa interna, a assistente-executiva da diretoria, Nelcy Lieberg, diz que a tentativa é propor destinos que possam impressionar. "Mas não trocaríamos por dinheiro. Nossa intenção é dar uma viagem que o funcionário realmente gostaria de fazer."
Insatisfeito, há quem aja como a bancária Neila Carvalho, 27, que, num emprego antigo, recebia como incentivo bens de consumo e chegou a vendê-los. "Se fosse algo que eu já tivesse, vendia. Era uma chance de fazer dinheiro."

Evento
De olho no segmento, aconteceu, na última semana, em São Paulo, a primeira Lacime - Exposição de Turismo de Incentivo, Eventos e Negócios da América Latina e do Caribe. Os três dias de evento reuniram 250 expositores de 22 países, 300 compradores convidados e aproximadamente 3.000 visitantes.
O mercado de incentivos movimenta, mundialmente, US$ 300 bilhões, segundo cálculos da EIBTM (Exhibition for Incentive, Business Travel & Meetings).
Nos Estados Unidos, de acordo com dados da Incentive Show, feira realizada em Nova York em maio, os investimentos são de US$ 133 bilhões, que vão gerar, segundo Pinto, um retorno direto sobre o volume de vendas.
No Brasil, pesquisa da Ampro (Associação de Marketing Promocional) mostra que 7% das firmas entrevistadas disseram ter reduzido o orçamento deste ano; 31% aumentaram. (PAULA LAGO)


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