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OPINIÃO - TENDÊNCIA
Empresas têm de se adaptar à geração-Y
Novos profissionais devem buscar mais qualificação
Jovens entrantes no mercado de trabalho são multitarefa: não enxergam diferença entre trabalho e lazer e valorizam liberdade e inovação em lugar de estabilidade e segurança
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MICHAEL A. COSTONIS
ROB SALKOWITZ
DO "NEW YORK TIMES"
Desde 2008, o mundo econômico se recupera da maior
crise financeira de todos os
tempos. O desemprego continua alto, e os empregadores
se mostram extremamente
cautelosos na hora de realizar novas contratações.
Esse ambiente adverso encobre a maior mudança na
força de trabalho global,
transformação essa que
ameaça até a viabilidade de
muitos setores tradicionais.
As habilidades da geração
anterior não estão sendo
passadas para uma nova geração. O número de empregos que exigem alta qualificação já é superior ao nú-
mero de pessoas qualifica-das para preenchê-los.
Isso acontece especialmente em empresas de trabalhos longos e intensivos, como as seguradoras. O setor
não é particularmente
atraente para os jovens da intitulada geração-Y -aqueles
que completaram 21 anos a
partir de 2000. Companhias
de transportes, serviços públicos e manufatura enfrentam o mesmo problema.
Além de essas empresas
não serem atraentes, é comum haver entre os gerentes
mais velhos dúvidas sobre o
que querem os da geração-Y.
Trabalhadores jovens esperam remuneração e ambientes de trabalho diferentes dos habituais. E as empresas, para prosperar no longo
prazo, precisam se adaptar a
essa cultura digital.
Como muitas companhias
mais velhas, as seguradoras
pensam o treinamento como
aprendizado de longo prazo,
o que não se adéqua às expectativas de jovens que buscam "feedback" e desenvolvimento de carreira rápidos.
Eles crescem em uma cultura digital que se distingue
pelo compartilhamento imediato de informação. Têm
perfil multitarefa e não veem
a diferença entre trabalho e
lazer. Os jovens da geração-Y
frequentemente valorizam liberdade, inovação, velocidade em lugar de mais estabilidade e segurança.
MENOS HIERARQUIA
Acima de tudo, trabalhadores jovens acreditam que o
acesso a tecnologia estará
sempre à disposição como
um meio de informação, para
acompanhar a vida dos amigos, para organizar suas atividades e para trabalhar. E,
claro, o acesso agora é totalmente móvel, com conexões
sem fio e "smartphones".
Essas novas tecnologias
criam uma relação de trabalho cada vez mais integrada e
menos hierarquizada.
É fundamental ter em
mente também que os trabalhadores mais jovens crescem como consumidores de
tecnologia, não como empregados que a utilizam. Eles encontraram tecnologias como
e-mails, mensagens instantâneas, blogs, redes sociais,
filtros e agregadores de informações muito antes de começarem a trabalhar.
Seguradoras e outras companhias tradicionais podem
ser menos adequadas a essa
geração, mas, globalmente,
há cerca de 3,5 bilhões de
pessoas com menos de 30
anos e ganhar acesso a elas
por meio da tecnologia se torna cada vez mais fácil.
O futuro das empresas tradicionais reside nessa geração de novos talentos. O desafio é encontrar formas de
concatenar as diferenças. Só
então é que empregadores
poderão aproveitar os benefícios da próxima geração.
Um passo importante para
os gestores é encorajar a comunicação entre informação
tecnológica e o departamento de recursos humanos.
Trabalhando juntos, eles
precisam apresentar abordagens coerentes para contratar e entusiasmar os jovens.
MICHAEL A. COSTONIS é diretor-executivo
da consultoria Accenture dos Estados
Unidos; ROB SALKOWITZ é autor de
"Young World Rising".
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