Cargo surge na esteira do crescimento do turismo, que emprega até 8% dos trabalhadores

RENATA DE GÁSPARI VALDEJÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O turismo -sobretudo o de negócios- foi um dos segmentos que mais se beneficiaram com a era da globalização.
Segundo projeção da Abgev (Associação Brasileira de Gestores de Viagens Corporativas), 70% das viagens no Brasil são feitas por turistas corporativos. Pesquisa da Embratur com estrangeiros nos aeroportos mostrou que, em 2005, 29,1% deles estavam no país a negócios.
Reforça a teoria o surgimento de uma atribuição nas empresas: a do gestor de viagens. "Esse profissional tem uma atenção maior para essa que é a terceira maior despesa empresarial", diz Alberto Martins, diretor-executivo da Abgev.
Paulo Perez, 46, gerente de gestão patrimonial da Telemar, assumiu a função há um ano. Estão sob sua responsabilidade a gestão dos contratos com agências de viagem, o contato com hotéis e companhias aéreas e o orçamento de viagens da empresa. "No ano passado, gastamos R$ 70 milhões em viagens. Fazemos 250 jornadas por dia." Sua principal missão é reduzir custos, o que ele diz conseguir trabalhando de forma não comissionada.

Hotelaria
De acordo com o Ministério do Turismo, de 1975 a 2000, o setor cresceu a uma taxa média anual de 4,4% no mundo. A Organização Mundial do Turismo estima que de 6% a 8% dos empregos estejam no segmento.
Entre as 24 redes associadas ao Fohb (Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil), por exemplo, há 200 hotéis prestes a ser inaugurados nos próximos cinco anos, o que deverá significar a criação de 12 mil postos de trabalho, segundo Abel Alves de Castro Jr., diretor-executivo da entidade.
O problema, diz Castro Jr., é que as faculdades estão formando grande número de profissionais, mas muitos chegam ao mercado querendo posições gerenciais. "A maioria começa na operação. Além disso, é bom ficar ciente de que se trabalha muito em fins de semana, feriados e também à noite", avisa.