São Paulo, domingo, 27 de setembro de 2009

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CÍRCULO DE PREVENÇÃO

Iniciativas esporádicas são pouco eficientes

Firmas oferecem palestras, testes e medicamentos a colaboradores

DA REPORTAGEM LOCAL

Palestras esporádicas ou distribuição de informativos e folhetos em 1º de dezembro -Dia Mundial de Luta contra a Aids- são ferramentas das empresas no combate à discriminação e no auxílio à prevenção de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis).
Ações pontuais, no entanto, têm pouca eficácia, relatam especialistas. Se não há discussão, o tema cai no esquecimento, ainda que tenha havido breve debate sobre o assunto.
"Tem empresa que distribui folheto e acha que isso é suficiente [para conscientizar funcionários]", destaca o diretor da ONG GIV (Grupo de Incentivo à Vida), Cláudio Pereira.
A rotatividade dos funcionários nas companhias também funciona como uma barreira para o sucesso das ações.
A estratégia da Ford para impedir que o "turnover" dos colaboradores fosse o ponto vulnerável do programa de prevenção de DSTs e de Aids foi oferecer treinamento a recém-admitidos, enquanto toda a equipe passa por recapacitação.
Dos 9.081 funcionários, 6.920 já receberam treinamento, o que corresponde a 76% do total de colaboradores. A meta é atingir a totalidade deles até março do ano que vem.
As conferências foram preparadas pela equipe médica da companhia. O bate-papo é realizado em turmas de até 20 pessoas, para que os funcionários se sintam à vontade para discutir e tirar dúvidas, explica o gerente de recursos humanos, Orlando Oliveira.
Seguindo uma política global de confidencialidade, a montadora disponibiliza orientação médica aos soropositivos e preservativos a todos os colaboradores, destaca Oliveira.

Diagnóstico gratuito
Algumas firmas oferecem até mesmo teste gratuito de diagnóstico. É o caso da Petrobras, que dá o exame aos funcionários que queiram fazê-lo.
Medicamentos para funcionários e dependentes que são portadores do vírus, capacitação dos profissionais de saúde da companhia no atendimento ao trabalhador soropositivo e campanhas de conscientização são outros recursos.
Os resultados, informa a Petrobras, são medidos pela redução na ocorrência de novos casos, pelo aumento do tempo de vida após o diagnóstico e pela redução dos afastamentos.
"A ideia é que o funcionário leve esse conhecimento [adquirido em comunicados internos, folhetos e palestras] para a família", explica a assistente de sustentabilidade da área de responsabilidade social da Philips do Brasil, Renata Macedo.
Além de iniciativas internas, a empresa estimula o voluntariado. Dos 4.500 funcionários, 170 trabalham em programas de prevenção de DSTs e gravidez na adolescência. Segundo Macedo, ainda que indiretamente, esses colaboradores são referência para os colegas no esclarecimento de dúvidas. (RB)


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