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sua carreira
Exigência por qualificação de babás é crescente
Projeto de lei na Câmara pretende regulamentar a profissão no Brasil
TOMÁS CHIAVERINI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Viver na casa dos patrões,
criar filhos que não são seus,
estar 24 horas à disposição e
trabalhar até 15 dias seguidos
para conseguir uma folga.
Assim é a rotina de boa parte
das babás, que, entre uma birra
e um sorriso maroto da criança,
desdobram-se para atender às
crescentes exigências dos pais
por treinamento em áreas como enfermagem e nutrição.
Essa procura por pessoas superqualificadas, aliada ao aumento do número de mães que
trabalham em período integral,
tem causado a carência de profissionais no mercado.
Angela Clara Corrêa, 46, dona de uma escola que treina e
agencia babás, por exemplo, recebe 300 vagas mensais para a
função, mas diz conseguir
preencher só 30% delas por
"falta de pessoas qualificadas".
Graças à demanda maior do
que a oferta, uma profissional
com experiência e formação
em enfermagem, por exemplo,
chega a receber salários que
rondam os R$ 4.000 -ainda
que em casos excepcionais.
Vinda de Minas Gerais há
mais de 20 anos para cuidar dos
filhos de um conhecido, Cléria
Lúcia de Fátima, 39, não ganha
tudo isso, mas se considera feliz
com o trabalho que encontrou.
Para cuidar de trigêmeas, recebe mensalmente R$ 1.600.
"Gosto do meu trabalho",
sintetiza Fátima, que tem uma
jornada de dez horas diárias.
Quatro anos atrás, quando as
crianças eram recém-nascidas,
ela tinha de ficar à disposição
das trigêmeas o dia inteiro.
"Com as noites livres, vou me
dedicar a um curso supletivo
para um dia me formar na área
de pedagogia", planeja.
Regulamentação
Visando à especialização
crescente da profissão, tramita
atualmente na Câmara dos Deputados um projeto de lei que
quer regulamentar a atividade.
"Famílias e crianças têm sido
vítimas de pessoas que trabalham nessa área sem nenhum
preparo profissional", justifica
o deputado José Divino (PRB-RJ), autor do projeto. "Espero
que a aprovação definitiva
aconteça em até um ano", diz.
O apoio à regulamentação,
no entanto, não é unânime entre os que trabalham no setor.
De acordo com o bacharel em
direito e diretor de negócios da
escola de babás Unire, Eduardo
Cabral, 40, os melhores profissionais "conseguem se destacar
naturalmente no mercado".
Para Cabral, a regulamentação da carreira não diminuirá
os casos de agressão contra
crianças e ainda "criará um
processo burocrático que poderá aumentar a informalidade".
CURSOS PARA BABÁS
Escola Psicológica Regina Elia
(www.escolareginaelia.com.br)
Tramit Brasil (www.tramitbra sil.com.br)
Unire (www.uniredh.com.br)
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