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Greg Salibian/Folha Imagem
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Yara Helena Falconi, 33, só aprendeu a falar fluentemente o idioma quando foi para a Inglaterra
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600 HORAS DE INGLÊS
Especialistas divergem sobre a relação custo-benefício de aprender lá fora
Estudar no exterior é para poucos
da Reportagem Local
Aprender inglês aqui ou no exterior? Até entre os especialistas
há polêmica sobre qual é o melhor investimento -considerando a relação custo/benefício.
De acordo com a Belta, associação de agências especializadas
em programas de educação internacional, o Brasil foi, em 98, o
terceiro maior emissor de alunos
para os Estados Unidos.
A Inglaterra também foi responsável por mais um pódio brasileiro -fomos o segundo país
que mais enviou estudantes,
também no ano passado.
Apesar da polêmica, há um
consenso sobre dois aspectos.
Primeiro: se o objetivo é aprender inglês rapidamente, estudar
no exterior só surtirá real efeito
para quem já tem um conhecimento intermediário do idioma.
Segundo: cursos de inglês com
duração inferior a um mês ou
aqueles associados a esportes ou
ao lazer podem ser pouco eficientes caso o objetivo prioritário seja o domínio do idioma.
Há quem garanta que, se o estudante dedicar o mesmo tempo
de estudo aqui e no exterior (a
carga dos cursos fora do país é de
20 horas semanais, geralmente),
o aprendizado será o mesmo.
Outros não concordam e argumentam que, no exterior, o aluno terá contato com o idioma
também fora da sala de aula.
²
Contato com nativos
Para Leland McCleary, coordenador do curso de inglês da Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas da USP, no
exterior os alunos terão aulas
com professores nativos e poderão manter contato com norte-americanos e ingleses.
"Mas existe o risco de ele cair
em uma classe cheia de latinos e
não praticar o idioma", pondera.
O preço é outro fator complicador. Mas é bom lembrar que o
custo da hora/aula, mesmo em
tempos de crise, é semelhante.
Enquanto no Brasil o preço vai
de R$ 10 e R$ 20, nos EUA oscila
entre US$ 8 e US$ 15, em média.
O que encarece os cursos lá fora
são os gastos com a passagem aérea e com a estada.
"No Brasil, em um curso de três
horas/semana, o aluno tem aulas
dissociadas da realidade. O que
ele aprende não coloca em prática", diz Celso Garcia, da Belta.
Mas o diretor da associação
concorda que o ideal é sair do
Brasil com o básico concluído.
"O valor e o tempo investidos serão melhor aproveitados."
Para o coordenador do curso
de inglês da USP, uma das desvantagens dos cursos internacionais é ter grupos muito mistos,
com alunos de diversos países.
"Aqui, o professor já sabe quais
são as dificuldades mais frequentes entre os brasileiros. Lá fora,
muitas vezes, o professor nunca
teve contato com determinadas
culturas e pode ter dificuldade
para esclarecer alguns pontos do
idioma. A classe pode sair perdendo com isso", diz McCleary.
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