São Paulo, domingo, 28 de março de 1999

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Trabalho com parentes é fonte de "saia justa"

da Reportagem Local

Sugerir o nome de algum profissional para uma vaga dentro da empresa é uma tarefa que exige muita responsabilidade, já que, por essa indicação, você poderá responder, "extra-oficialmente", pelos atos desse novo contratado.
Mas, quando se trata de um familiar ou de um amigo muito próximo, a situação é mais delicada. Pela proximidade, é mais fácil confundir o relacionamento e acabar misturando o lado pessoal com o profissional.
Para evitar riscos, algumas empresas chegam a vetar a entrada de quem já tenha algum parente no corpo de funcionários.
Essa atitude, no entanto, pode ser radical demais. Segundo consultores, não há nada de errado em indicar pessoas do seu círculo de amizade ou familiares para uma vaga na mesma empresa em que trabalha, desde que a indicação seja norteada pelo bom senso.
Traduzindo: só indique quando tiver certeza de que as características do profissional se encaixam exatamente nos pré-requisitos pedidos para a vaga.
"A indicação deve depender do quanto se acredita no profissional e do quanto se aposta no trabalho dele", afirma o consultor Laerte Cordeiro.

Regras de convivência
Em tempos de desemprego, seria comum pensar em arranjar "vaguinhas" para os conhecidos, na tentativa de ajudá-los. Mas tal atitude pode trazer prejuízos para a empresa, para o indicado e para quem o indicou.
Além disso, uma contratação errada pode fazer com que a credibilidade do profissional que fez a indicação seja abalada.
"É preciso se sentir confortável para fazer a indicação, já que é um compromisso com os dois lados. É necessário haver uma relação ganha-ganha", diz Regina Helena Azzi Camargo, 33, diretora da Across Assessoria em Recursos Humanos.
Depois de aceita a indicação e de contratado o profissional, é preciso ter cuidado com o relacionamento.
Omitir dos colegas de trabalho que vocês já se conhecem, por exemplo, é um erro e denota uma atitude pouco profissional.
O tratamento dispensado deve ser o mesmo dado aos demais profissionais, ou seja, não há necessidade de exagerar na formalidade, nem mesmo de tratar o profissional com descaso.
Segundo a consultora Laís Passarelli, o ideal é se inserir nos padrões da empresa, ou seja, se todos chamam o funcionário pelo nome, não há razão para chamá-lo pelo diminutivo apenas porque é seu amigo ou parente.
(LIA REGINA ABBUD)



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