São Paulo, domingo, 28 de dezembro de 2008

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Engenheiros fundamentam alta de mercado

Marcelo Justo/Folha Imagem
Os engenheiros Rodrigo Turco Flora (à esq.) e Eric Kizellevicius, em obra do metrô

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Entre o ingresso na faculdade de engenharia civil do Instituto Mauá de Tecnologia, em 2001, e a formatura, esses profissionais viram seu mercado de trabalho passar de desolador a superaquecido.
Logo depois da aprovação no vestibular, Luiz André Braido, 25, chegou a duvidar do seu futuro. "Na época, civil estava em baixa. Tanto que havia apenas uma turma de 20 alunos, quando tradicionalmente os estudantes ocupavam três salas."
No segundo ano do curso, Braido penou atrás de estágio, mas não arranjou nada. Com seu colega de turma, o hoje engenheiro de obras Rodrigo Turco Flora, 25, ocorreu o mesmo.
Para conseguir um estágio, Flora aceitou a proposta de começar praticamente como office-boy numa companhia de seguros. "Depois fui promovido para a área de sinistros", conta.

Construção
A situação contribuiu para o déficit de engenheiros civis no mercado. A partir de 2004, com o aquecimento do setor imobiliário, o número de profissionais disponíveis ficou insuficiente para atender à demanda.
Com isso, os sonhos dos estudantes começaram a se realizar. "A sala inteira estava empregada. Se alguém se desentendesse num lugar e saísse de lá, no dia seguinte já era efetivado em outra construtora", recorda Braido, que cumpriu o circuito de estágios e, hoje, trabalha na empresa da família.
Enquanto isso, Flora procurou experiências em várias frentes -desde a colocação de ferragem em lajes até a inspeção de grandes obras públicas. "Percebi que não gosto de fiscalizar a produção, gosto de produzir", explica o engenheiro.
Em 2006, virou trainee da Constran Engenharia, onde toca a parte aérea (estação e elevado) da linha 2 do metrô. "Se não tivesse feito aquele monte de estágios na faculdade, não me sentiria tão seguro para enfrentar esse tipo de desafio."
Já o também engenheiro civil Eric Kizellevicius, 27, chegou à faculdade com "foco total", uma vez que trabalhava com obra desde os 16 anos. "Sou técnico em desenho de construção civil, então o curso não funcionou como divisor de águas, e sim como um "upgrade" na minha carreira", comenta.
Como circulava bem pelas áreas de projeto, planejamento, execução e vendas, ele abriu um negócio próprio, uma pequena construtora, em 2004 -dois anos antes de se formar.


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