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Engenheiros fundamentam alta de mercado
Marcelo Justo/Folha Imagem
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Os engenheiros Rodrigo Turco Flora (à esq.) e Eric Kizellevicius, em obra do metrô
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Entre o ingresso na faculdade de engenharia civil do Instituto Mauá de Tecnologia, em
2001, e a formatura, esses
profissionais viram seu mercado de trabalho passar de desolador a superaquecido.
Logo depois da aprovação no
vestibular, Luiz André Braido,
25, chegou a duvidar do seu futuro. "Na época, civil estava em
baixa. Tanto que havia apenas
uma turma de 20 alunos, quando tradicionalmente os estudantes ocupavam três salas."
No segundo ano do curso,
Braido penou atrás de estágio,
mas não arranjou nada. Com
seu colega de turma, o hoje engenheiro de obras Rodrigo Turco Flora, 25, ocorreu o mesmo.
Para conseguir um estágio,
Flora aceitou a proposta de
começar praticamente como
office-boy numa companhia de
seguros. "Depois fui promovido
para a área de sinistros", conta.
Construção
A situação contribuiu para o
déficit de engenheiros civis no
mercado. A partir de 2004, com
o aquecimento do setor imobiliário, o número de profissionais disponíveis ficou insuficiente para atender à demanda.
Com isso, os sonhos dos estudantes começaram a se realizar. "A sala inteira estava empregada. Se alguém se desentendesse num lugar e saísse de
lá, no dia seguinte já era efetivado em outra construtora",
recorda Braido, que cumpriu o
circuito de estágios e, hoje, trabalha na empresa da família.
Enquanto isso, Flora procurou experiências em várias
frentes -desde a colocação de
ferragem em lajes até a inspeção de grandes obras públicas.
"Percebi que não gosto de fiscalizar a produção, gosto de produzir", explica o engenheiro.
Em 2006, virou trainee da
Constran Engenharia, onde toca a parte aérea (estação e elevado) da linha 2 do metrô. "Se
não tivesse feito aquele monte
de estágios na faculdade, não
me sentiria tão seguro para enfrentar esse tipo de desafio."
Já o também engenheiro civil
Eric Kizellevicius, 27, chegou à
faculdade com "foco total",
uma vez que trabalhava com
obra desde os 16 anos. "Sou técnico em desenho de construção
civil, então o curso não funcionou como divisor de águas, e
sim como um "upgrade" na minha carreira", comenta.
Como circulava bem pelas
áreas de projeto, planejamento,
execução e vendas, ele abriu
um negócio próprio, uma pequena construtora, em 2004
-dois anos antes de se formar.
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