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CORTE À VISTA
Renda menor adia saída do mercado
Para os já afastados, alternativa é abrir uma empresa
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para muitos, o pedido de aposentadoria não afasta profissionais idosos do mercado. A perda de benefícios e a queda na
remuneração os fazem trilhar o
caminho de volta na tentativa
de manter o padrão de vida.
"Há 6,9 milhões de aposentados trabalhando atualmente",
afirma o presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados,
João Batista Inocentini. Grande parte, diz ele, regressa
à ativa para complementar a
renda pessoal ou familiar.
Sem PLR (participação nos
lucros e resultados) e vale-alimentação, a aposentada Ana
Cristina Wayand, 50, viu-se
forçada a integrar esse universo. "Se soubesse que haveria
tanta redução, teria adiado [o
afastamento]", desabafa ela,
que, aposentada há dois anos,
calcula uma perda de mais de
30% nos rendimentos.
Após 30 anos no setor bancário, ela passou a investir em festas infantis, artesanato e cestas
de café da manhã. "Não descarto a ideia de mandar meu currículo para as empresas", diz.
Carteira assinada
Pedir aposentadoria e continuar com a carteira assinada
não são situações excludentes.
O mestre de seção Ivo Bispo
Pereira, 59, e a auxiliar financeira Maria Aparecida Grilo,
50, são prova disso.
Ele se aposentou em 1994, foi
demitido em um corte quatro
anos depois, prestou serviço
para a empresa, foi terceirizado
e, em 2006, recontratado.
"A aposentadoria não é alta",
diz, ressaltando que o prazer
pelo trabalho é o fator com
mais peso em sua decisão de
permanecer na ativa.
Ela fez o pedido do benefício
em dezembro do ano passado.
O aval veio no último dia 20.
"Financeiramente, preciso
continuar trabalhando", desabafa Grilo, que não conta com
previdência privada nem com
complementação de renda.
Porém, a situação não está favorável mesmo para quem se
planejou com previdência privada e foi desligado, diz a consultora de previdência da Mercer Carolina Wanderley.
De acordo com ela, a rentabilidade das cotas, em 2008, caiu
demais em relação ao ano anterior -a variação depende de como é composta a carteira.
Por isso a consultora aconselha a não fazer retiradas mínimas "até a perda ser reposta".
84,4%
dos 13,8 milhões de pessoas com
65 anos ou mais recebem aposentadoria ou pensão, segundo a Síntese
de Indicadores Sociais, do IBGE
(Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística)
227.705
foi o número de benefícios concedidos pelo INSS (Instituto Nacional do
Seguro Social) -incluindo aposentadoria e auxílio-doença, mas excluindo aqueles por incapacidade- em
fevereiro deste ano
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