São Paulo, domingo, 29 de março de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

recursos humanos

Novo acordo é capitaneado pelas áreas de comunicação

Empresas não têm plano definido para a adesão à reforma ortográfica

ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Muitas empresas ainda não têm uma definição concreta de como farão para que todos os seus funcionários cheguem a 2012 -ano limite para que o novo acordo ortográfico seja adotado- escrevendo corretamente a língua portuguesa. Por ora, os esforços estão centrados na área de comunicação, responsável pela disseminação das alterações no idioma.
Por exemplo, no Santander, instituição financeira espanhola que comprou recentemente o banco Real, foram desenvolvidos manuais e treinadas 110 pessoas do setor de comunicação e da diretoria com uma palestra de duas horas. As aulas ocorreram em três datas para que todos comparecessem.
A analista de comunicação Veridiana Vergeli Tavares da Silva, 25, ainda usa nos textos o corretor pré-reforma ortográfica, porém, diz já se sentir segura com as mudanças na acentuação. "Mas ainda preciso consultar as normas de hífen, que, para mim, é o mais difícil."
Uma das primeiras alterações se deu no nome da revista do banco, que perdeu o acento e passou de "Idéia" para "Ideia".
Começar pela comunicação também foi o caminho da Odebrecht, presente em Angola, em Moçambique e em Portugal, todos de língua portuguesa.
"Nosso material de comunicação já é feito pela nova norma. Em seguida, pretendemos treinar quem lida com a língua de maneira instrumental, como secretárias e advogados, e, depois, os executivos. Já disponibilizamos o novo dicionário na intranet, para todos que quiserem consultá-lo", explica o diretor de comunicação da construtora, Márcio Polidoro.
Para ele, entretanto, a unificação não vai permitir materiais únicos em todos os países. "Uma mesma frase é dita de formas diferentes. Assim, enviamos textos para que alguém em Angola, por exemplo, faça as adaptações devidas", explica.
A Renner, loja de departamentos com 110 unidades, utiliza a nova gramática desde janeiro de 2009 no informativo interno, chamado "Planeta Renner". Em março, o grupo lançou a revista "Renner", com 700 mil exemplares, que é todo feito segundo as novas normas.

Grafia explicada
O Grupo SBF, das Lojas Centauro, Almax e By Tênis, usou a criatividade. Em seus materiais de comunicação com os clientes, algumas palavras que tiveram grafia alterada são destacadas junto com uma explicação da nova regra.
"Na próxima revista serão mais de 15 termos", diz Patricia Melo, da área de comunicação. A empresa disponibilizou manual e toda mensagem interna também segue a regra nova.


Texto Anterior: Biblioteca
Próximo Texto: Estruturar ideias: Para especialista, reforma é tema marginal em empresas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.