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recursos humanos
Novo acordo é capitaneado pelas áreas de comunicação
Empresas não têm plano definido para a adesão à reforma ortográfica
ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Muitas empresas ainda não
têm uma definição concreta de
como farão para que todos os
seus funcionários cheguem a
2012 -ano limite para que o
novo acordo ortográfico seja
adotado- escrevendo corretamente a língua portuguesa.
Por ora, os esforços estão centrados na área de comunicação,
responsável pela disseminação
das alterações no idioma.
Por exemplo, no Santander,
instituição financeira espanhola que comprou recentemente
o banco Real, foram desenvolvidos manuais e treinadas 110
pessoas do setor de comunicação e da diretoria com uma palestra de duas horas. As aulas
ocorreram em três datas para
que todos comparecessem.
A analista de comunicação
Veridiana Vergeli Tavares da
Silva, 25, ainda usa nos textos o
corretor pré-reforma ortográfica, porém, diz já se sentir segura com as mudanças na acentuação. "Mas ainda preciso
consultar as normas de hífen,
que, para mim, é o mais difícil."
Uma das primeiras alterações se deu no nome da revista
do banco, que perdeu o acento e
passou de "Idéia" para "Ideia".
Começar pela comunicação
também foi o caminho da Odebrecht, presente em Angola,
em Moçambique e em Portugal, todos de língua portuguesa.
"Nosso material de comunicação já é feito pela nova norma. Em seguida, pretendemos
treinar quem lida com a língua
de maneira instrumental, como secretárias e advogados, e,
depois, os executivos. Já disponibilizamos o novo dicionário
na intranet, para todos que quiserem consultá-lo", explica o
diretor de comunicação da
construtora, Márcio Polidoro.
Para ele, entretanto, a unificação não vai permitir materiais únicos em todos os países.
"Uma mesma frase é dita de
formas diferentes. Assim, enviamos textos para que alguém
em Angola, por exemplo, faça
as adaptações devidas", explica.
A Renner, loja de departamentos com 110 unidades, utiliza a nova gramática desde janeiro de 2009 no informativo
interno, chamado "Planeta
Renner". Em março, o grupo
lançou a revista "Renner", com
700 mil exemplares, que é todo
feito segundo as novas normas.
Grafia explicada
O Grupo SBF, das Lojas Centauro, Almax e By Tênis, usou a
criatividade. Em seus materiais
de comunicação com os clientes, algumas palavras que tiveram grafia alterada são destacadas junto com uma explicação
da nova regra.
"Na próxima revista serão
mais de 15 termos", diz Patricia
Melo, da área de comunicação.
A empresa disponibilizou manual e toda mensagem interna
também segue a regra nova.
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