São Paulo, domingo, 29 de outubro de 2006

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NÍVEL FUNDAMENTAL

Da agulha ao leite, estudar é a chave

Costureiras e lactaristas ocupam extremos opostos nos percentuais de reajuste salarial

MARINA CAMPOS MELLO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Entre as ocupações em que é mais comum a atuação de profissionais de nível fundamental, um grupo que não tem do que reclamar quando se fala de reajuste é o de costureiras.
A variação salarial entre 2001 e 2005 medida pelo Datafolha foi de 70,74% para o mercado geral -com destaque ao ramo industrial, com alta de 73,73%.
Mesmo com bons reajustes, para que as costureiras alcancem uma melhor remuneração, é preciso investir em educação. Em uma categoria em que 87% dos profissionais não têm ensino médio completo, anos a mais de estudos abrem portas.
Maria Rosa Alencar, 46, costureira há 31 anos, sabe disso. Contratada em uma confecção, está terminando o supletivo e vai prestar vestibular para tecnologia têxtil na USP Leste. "Mais para frente posso ter minha própria empresa", planeja.
Apesar dos números animadores, para a presidente do Sindicato das Costureiras de São Paulo e Osasco, Eunice Cabral, há muito para ser melhorado. "Nessa categoria, 92% são jovens mulheres mal-remuneradas e que querem ser olhadas de maneira digna", comenta.

Alta baixa
Na outra ponta, entre os profissionais que tiveram menor variação salarial, estão as lactaristas (33,73%), responsáveis pela alimentação de recém-nascidos em situação de risco.
Para obter melhores salários nessa área, dizem especialistas, educação também é o caminho.
"Os hospitais estão em busca da certificação do ONA [atestado de qualidade], que exige estudo contínuo do colaborador. Contratávamos lactaristas com ensino básico, mas agora exigimos o ensino médio", reitera Maria Elisa Jo Fujiwara, supervisora do hospital São Luiz.


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