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NÍVEL FUNDAMENTAL
Da agulha ao leite, estudar é a chave
Costureiras e lactaristas ocupam extremos opostos nos percentuais de reajuste salarial
MARINA CAMPOS MELLO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Entre as ocupações em que é
mais comum a atuação de profissionais de nível fundamental, um grupo que não tem do
que reclamar quando se fala de
reajuste é o de costureiras.
A variação salarial entre 2001
e 2005 medida pelo Datafolha
foi de 70,74% para o mercado
geral -com destaque ao ramo
industrial, com alta de 73,73%.
Mesmo com bons reajustes,
para que as costureiras alcancem uma melhor remuneração,
é preciso investir em educação.
Em uma categoria em que 87%
dos profissionais não têm ensino médio completo, anos a
mais de estudos abrem portas.
Maria Rosa Alencar, 46, costureira há 31 anos, sabe disso.
Contratada em uma confecção,
está terminando o supletivo e
vai prestar vestibular para tecnologia têxtil na USP Leste.
"Mais para frente posso ter minha própria empresa", planeja.
Apesar dos números animadores, para a presidente do Sindicato das Costureiras de São
Paulo e Osasco, Eunice Cabral,
há muito para ser melhorado.
"Nessa categoria, 92% são jovens mulheres mal-remuneradas e que querem ser olhadas
de maneira digna", comenta.
Alta baixa
Na outra ponta, entre os profissionais que tiveram menor
variação salarial, estão as lactaristas (33,73%), responsáveis
pela alimentação de recém-nascidos em situação de risco.
Para obter melhores salários
nessa área, dizem especialistas,
educação também é o caminho.
"Os hospitais estão em busca da
certificação do ONA [atestado
de qualidade], que exige estudo
contínuo do colaborador. Contratávamos lactaristas com ensino básico, mas agora exigimos o ensino médio", reitera
Maria Elisa Jo Fujiwara, supervisora do hospital São Luiz.
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