|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DEPOIMENTO
RENATA RODRIGUES, 35
Tinha crises de choro e de pânico durante o expediente
DE SÃO PAULO
Era muita pressão, e me
sentia ameaçada todo o tempo por metas inatingíveis.
Em dois anos, só consegui
batê-las duas ou três vezes.
Nessa época, minha responsabilidade havia triplicado. Saí da área de compras e
suprimentos para a de vendas. Continuei auxiliando
nas compras, mas acumulei
o processo de vendas e o
de pós-vendas. Não saía em
férias havia quatro anos.
Procurava ter uma atuação estratégica, mesmo sem
o respaldo da gerência. Comecei a ficar cansada, sem
conseguir me concentrar. Entrei em depressão. Virei uma
pessoa operacional.
O tratamento era pago pela empresa, mas o chefe me
perseguia. Ele me advertiu
quando liguei para a psicóloga durante o expediente, mudou meu horário para eu não
almoçar com as colegas e me
excluiu de tudo.
Tinha crises de choro e de
pânico no trabalho. Minha
vida parecia encoberta por
uma névoa. Não tinha perspectiva de mudança. Como
eu ia viver?
Pensei: "Ou fico e afundo
ou saio". Fiz acordo com a
empresa e me desliguei em
outubro do ano passado. Estou desempregada, mas me
sinto livre. O que quero agora
é produzir. Quero viver.
(RB)
Renata Rodrigues é estudante de
comunicação
Texto Anterior: Nexo relaciona doenças com função exercida Próximo Texto: Frase Índice
|