São Paulo, domingo, 30 de maio de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

DEPOIMENTO
RENATA RODRIGUES, 35

Tinha crises de choro e de pânico durante o expediente

DE SÃO PAULO

Era muita pressão, e me sentia ameaçada todo o tempo por metas inatingíveis. Em dois anos, só consegui batê-las duas ou três vezes.
Nessa época, minha responsabilidade havia triplicado. Saí da área de compras e suprimentos para a de vendas. Continuei auxiliando nas compras, mas acumulei o processo de vendas e o de pós-vendas. Não saía em férias havia quatro anos.
Procurava ter uma atuação estratégica, mesmo sem o respaldo da gerência. Comecei a ficar cansada, sem conseguir me concentrar. Entrei em depressão. Virei uma pessoa operacional.
O tratamento era pago pela empresa, mas o chefe me perseguia. Ele me advertiu quando liguei para a psicóloga durante o expediente, mudou meu horário para eu não almoçar com as colegas e me excluiu de tudo.
Tinha crises de choro e de pânico no trabalho. Minha vida parecia encoberta por uma névoa. Não tinha perspectiva de mudança. Como eu ia viver?
Pensei: "Ou fico e afundo ou saio". Fiz acordo com a empresa e me desliguei em outubro do ano passado. Estou desempregada, mas me sinto livre. O que quero agora é produzir. Quero viver.
(RB)


Renata Rodrigues é estudante de comunicação


Texto Anterior: Nexo relaciona doenças com função exercida
Próximo Texto: Frase
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.