São Paulo, domingo, 30 de setembro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PROFISSÕES VERDES

Valorização de ações impulsiona mudança interna

Índice verde leva empresas a organizar e monitorar políticas sociais e ambientais

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Não demorou para que o ISE (Índice de Sustentabilidade das Empresas), criado em 2005, ganhasse adeptos de peso, especialmente no setor industrial.
Entre as firmas de capital aberto que passam por essa avaliação da Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) há grande participação de empresas energéticas, financeiras e da indústria de base.
Essa adesão tem rendido frutos: neste ano, as 34 companhias listadas, de 14 setores, totalizaram R$ 700,7 bilhões em valor de mercado -48,5% da capitalização total da Bovespa. De dezembro de 2005 a agosto de 2007, o ISE teve valorização de 65,41% -a do Ibovespa foi de 71,19% nesse período.
Para se manter nessa carteira, diretorias estão de olho no grau de alinhamento de suas políticas com os parâmetros do ISE, índice composto de ações emitidas por corporações com alto grau de comprometimento com sustentabilidade e responsabilidade social.
As mais bem avaliadas têm algumas características em comum: contam com instrumentos de gestão de sustentabilidade e produzem relatório sobre o assunto, têm políticas na área formalizadas e implementadas, estabelecem metas de desempenho e fazem prestação de contas com transparência.

Mudança de ares
"Cuidar do ambiente significa reduzir custos, e isso atrai investidores, que preferem empresas sem passivos ambientais, econômicos ou jurídicos", diz Durval Nascimento Neto, gerente de meio ambiente da ALL (América Latina Logística), que está na carteira do ISE.
As empresas energéticas se destacam entre as participantes do indicador e checam constantemente suas políticas.
"Implemento ações e reforço o que já existe para melhorar os nossos índices de sustentabilidade", diz Ricardo Camargos, engenheiro mecânico e analista de meio ambiente da Cemig.
Aproveitando a crescente atenção dada a essas questões e as mudanças que companhias promovem internamente, Susie Pontarolli mudou de ares dentro da Copel (Companhia de Energia Elétrica do Paraná).
Formada em comunicação social, ela hoje é coordenadora de responsabilidade social. Algumas de suas atribuições são disseminar conceitos sustentáveis dentro da empresa, atender a demandas da comunidade e acompanhar os indicadores da companhia.
Ela comenta que o mercado de investimento socialmente responsável tem crescido muito, e as empresas devem acompanhar esse ritmo. "Parece que finalmente caiu a ficha do empresariado de que investir em empresas sustentáveis é o único negócio", avalia. (RGV e LV)

Texto Anterior: O que é sustentabilidade?
Próximo Texto: Novo corretor negocia créditos de carbono
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.