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saúde corporativa
Metade dos operários da construção tem parasitas
Mais de 70% dos carpinteiros e encanadores têm dores lombares
ANDRÉ LOBATO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Mais da metade (54,7%) dos
trabalhadores da construção
civil do Estado de São Paulo
tem resultado positivo em exames parasitológicos. Desses
profissionais, 50,4% apresentam protozoários, e 11,3%,
helmintos (vermes).
Os números constam do
"Manual de Segurança e Saúde
no Trabalho: Indústria da
Construção Civil - Edificações", que será lançado amanhã
na sede da Fiesp (Federação
das Indústrias do Estado de São
Paulo) e a que a Folha teve
acesso com exclusividade.
Além de doenças relacionadas à higiene e ao contato com
água contaminada, há também
problemas auditivos entre os
2.428 trabalhadores que responderam à pesquisa em 41
canteiros de obras da Grande
São Paulo, da Baixada Santista
e do Vale do Paraíba.
Cerca de um terço (33,4%)
apresenta perda auditiva relacionada ao trabalho. Um quinto (24,3%) sofre com irritação a
sons intensos e 11,5% têm
dor de ouvido.
Dores
O carpinteiro Geraldo Alves
Teixeira, 54, está entre os 75%
de sua categoria que apresentam dores lombares.
Para Augusto Dourado, um
dos organizadores da pesquisa,
os carpinteiros são os mais
"prejudicados". Além de nas
costas, 83,3% desses profissionais afirmam sentir dores nos
braços e nas pernas.
Para Haruo Ishikawa, um dos
vice-presidentes do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria
da Construção Civil do Estado
de São Paulo), os exames parasitológicos positivos estão mais
associados à higiene dos trabalhadores do que às condições
do canteiro de obras.
"Os médicos têm orientado
em relação ao banho e às necessidades fisiológicas -lavar as
mãos, por exemplo", afirma.
Sumiu Egawa, médico do
Sintraconsp (Sindicato dos
Trabalhadores da Construção
Civil de São Paulo), confirma
que algumas doenças estão
associadas ao lugar de origem e
à moradia dos trabalhadores,
mas ressalta que o contato com
a água nos canteiros também é
uma causa importante.
Superintendente do Ministério do Trabalho e Emprego, Antônio Pereira afirma que os números são "graves" e estão associados "também à falta de
planejamento das empresas".
33,4%
têm perda de audição devido ao
trabalho; carpinteiros (29,7%) e pedreiros (24%) são os mais afetados
24,3%
mostram-se irritados com sons
intensos, 11,5% relatam dores de
ouvido e 43,2% perda de equilíbrio
54,7%
apresentam parasitas, sendo que
17% possuem dois, e 6,3%, três ou
mais; 1,4% tem esquistossomose
43,4%
precisam de correção médica para
aliviar dores tão logo possível, e
25,5%, imediatamente
50%
nunca ou raramente percebem situações perigosas durante as fases de fundação e de acabamento
38,6%
percebem a periculosidade sempre
ou com freqüência na fase de estrutura e alvenaria da obra
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