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Aplicativos oferecem publicações póstumas

DE SÃO PAULO

Lidar com fotos e lembranças dos mortos já é complicado e dolorido quando são os vivos que as publicam em rede social. Mas e se uma atualização de status vier diretamente do falecido?

Por mais bizarro que pareça, é possível isso acontecer e não ser uma brincadeira de mau gosto. Há dois aplicativos no mercado que permitem que qualquer pessoa programe publicações póstumas no Facebook ou no Twitter.

Um deles é o "If I Die" ("se eu morrer"), criado por um empresário israelense. O outro é o "Deadsoci.al" ("morte social"), criação britânica.

Os dois funcionam da mesma forma: quem baixa o aplicativo, gratuito, deixa gravados vídeos, atualizações de status, fotos e mensagens que, após a sua morte, serão publicados em seu mural ou enviados a amigos.

A pessoa também precisa nomear três "curadores", que serão responsáveis por confirmar a morte do usuário e botar o esquema em funcionamento.

Em material promocional, o criador do "Deadsoci.al" afirma que o aplicativo tem função terapêutica: "Imagine como seria incrível receber conteúdo de um amigo ou parente que já se foi!".

Para os psicanalistas, está mais para algo doentio. "Baixar o aplicativo é uma coisa narcisista de acreditar na imortalidade", diz o psicanalista Oswaldo Leite Netto.

A psicanalista Cláudia Arbex não vê as vantagens anunciadas para os que receberão as atualizações.

"É uma forma de não deixar os outros o enterrarem nunca, como se essa fosse a forma de você permanecer eternamente como o objeto de amor dessas pessoas."

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