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'Não é qualquer coisa que me tomba, não dá para fraquejar'

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Eu sou muito desleixada. Vou ao ginecologista a cada dois anos e somente porque ele implora. No fim de uma consulta, reclamei para ele que sentia um peso muito grande nas pernas enquanto eu estava deitada.

Ele matou a charada na hora. Pediu um exame de ultrassom e depois uma punção, que deu resultado positivo: havia um tumor maligno de nove milímetros na minha tireoide. Durante a cirurgia, descobriram outro tumor, de dois milímetros.

Quando li o resultado da biópsia -alto grau de malignidade-, liguei para uma prima, pediatra. Eu estava em pânico, os sonhos desmoronaram.

Mas uma amiga me telefonou e me levou do laboratório diretamente para o consultório de um médico oncologista, conhecido dela. Tenho muita gratidão por ele. Ele me manteve calma, foi muito acolhedor.

Fiz a cirurgia há dois anos e nunca mais voltei ao médico.

No pós-cirúrgico eu tive uma leve dormência na lateral das mãos, que passou depois de uma semana me tratando com um remédio.

Acabei fazendo dieta, perdi 30 quilos, mas engordei tudo de novo. De oito meses para cá, percebi que não posso tocar em nada gelado. As mãos ficam avermelhadas, roxas e coçam impressionantemente. Deve ser um efeito da falta de tireoide.

Não sinto nada além disso, posso dizer que tenho uma vida normal. Acho que a doença está muito ligada ao emocional e eu passei coisas muito fortes nos últimos dez anos. Meu ginecologista me perguntou: 'O que você andou engolindo em sua vida?'

Tive muita sorte, descobri o câncer logo no comecinho. Não tenho medo de morrer. A vida continua, não dá para fraquejar."

LUCIA REGINA GUTTILLA, 49, agente de turismo

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