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'Se eu agisse na direção dos meus desejos, poderia ser muito nocivo'

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Sou um homem casado, quase 40 anos. Sinto atração por crianças. Meu desejo mais forte é por meninas entre nove e 13 anos, mas às vezes também sinto atração por adolescentes e por mulheres adultas, como minha esposa. Ninguém que me conhece pessoalmente sabe disso.

A primeira vez que me dei conta da situação eu tinha 16 anos. Naquele verão me apaixonei platonicamente por uma menina de 10 anos que morava na vizinhança.

Nos anos seguintes comecei a notar outras meninas. Na minha adolescência eu não me preocupei muito com esses desejos, não achava que era um pedófilo. Afinal, também me sentia atraído por garotas da minha idade. Achava que meu interesse por menininhas desapareceria. Obviamente, estava errado.

À medida que eu crescia, a idade das garotas que me atraíam caía. Eu me sentia cada vez menos atraído por gente da minha idade.

Depois que me casei, meus sentimentos por meninas mais novas só se intensificaram. Foi aí que passei a pensar bastante na palavra 'pedófilo' e a admitir que ela se aplicava a mim.

Nunca agi na direção das minhas vontades. Nunca me coloquei em uma situação que representasse tentação para mim. Sempre evitei ambientes onde pudesse ficar sozinho com uma menina.

Tenho plena consciência do mal que poderia causar se cedesse à tentação. Também nunca consumi pornografia infantil, sei que isso fere a criança da mesma forma.

Não acho tão difícil resistir aos meus desejos. O pior é lidar com a depressão causada por viver em um mundo que não entende gente como eu. Isso, sim, é muito difícil. Não me considero doente, nunca quis fazer terapia. Mas o grupo "Virtuous Pedophiles" ajuda muito, é um lugar onde posso compartilhar essa luta e me sinto menos só.

Tive o privilégio de trabalhar com crianças algumas vezes (grupos grandes, com vários adultos) em igrejas e ações de voluntariado. Sempre gostei de conversar com elas de um jeito inocente.

O que me diferencia dos pedófilos que abusam de crianças é uma coisa só: escolha. Se eu agisse na direção dos meus desejos, poderia ser muito nocivo. Mas eu não conseguiria viver sabendo que magoei uma criança. Então escolho não fazê-lo."

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"O que me diferencia daqueles que abusam de crianças é uma coisa só: escolha"

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Craig*, 39, é americano, engenheiro e membro do grupo "Virtuous Pedophiles"

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