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Caçador virtual pode acabar sendo o mais prejudicado

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A designer Lorena Dias, 31, manteve, dois anos trás, um blog sobre beleza onde compartilhava fotos das roupas que usava. Recebia cerca de 50 visitas diárias. Segundo ela, eram amigos reais e virtuais e suas irmãs.

Quando terminou um namoro longo, o blog ganhou uma nova leitora: a namorada de seu ex. "A garota ia todos os dias na minha caixa de comentários para me chamar de gorda. Usava coisas que ficava sabendo pelo meu Facebook para me atacar", diz. Os comentários eram anônimos, mas Lorena descobriu a autora pelo IP (número de identificação de computadores).

"Ela escrevia coisas horrorosas do computador do trabalho dela, aparecia lá o nome da empresa. Um dia liguei para a chefe dela. Não foi demitida, mas levou bronca."

"Somos todos 'stalkers' de fases, o problema é quando desenvolvemos técnicas apuradas e perdemos muito tempo nisso", explica Luciana Ruffo, psicóloga do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática, da PUC-SP.

Para ela, fases como o começo ou fim de um relacionamento são propícias a acessos de curiosidade, mas é preciso ficar atento. "As pessoas ao redor são um termômetro de quando o interesse no outro excede a normalidade. Quando seus amigos disserem 'você ainda está nessa?' é hora de parar."

"O stalker é o maior prejudicado da história. É ele quem dedica seu tempo numa busca inútil", opina Loraine Pivatto, analista de sistemas e autora de "Perseguição Digital" (Novos Peregrinos, 202 págs., R$ 29). "A internet nos dá um poder muito grande sobre os outros, mas nem todos estão dispostos a abusar desse poder", conclui.

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