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Depoimento

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

"Eu estava atendendo um cão na clínica onde trabalho quando me apareceu uma criadora com um filhote ferido. Criadora não é bem o termo, era uma leiga que resolveu ganhar uns trocados em cima da cadela 'lhasa apso' de dez meses que tinha.

Uma cadela dessa idade ainda é adolescente, não deveria procriar. Mas procriou. Quando veio a ninhada, a mãe ficou perdida e mordeu a patinha do filhote junto com a placenta. A criadora achou que o filhote ficaria manco, defeituoso para o propósito dela, que era vendê-lo. Chegou pedindo uma eutanásia. Que absurdo! Ela não queria nem saber qual era o problema, o nível da sequela. Disse que não tinha dinheiro, mas não tinha interesse naquela vida.

Oferecemos um tratamento gratuito, mas nem assim ela quis. Daria trabalho. Terminei ficando com o filhote. Hoje é o meu Mingau. Fez duas cirurgias, tem três anos, arrasta um pouco a patinha mordida e é um amor.

Ainda vemos casos de pessoas que abandonam cachorros no "pet shop". Há donos que pedem por eutanásias injustas só porque o cachorro está doente e dando trabalho. Tem gente que acha que veterinário é obrigado a cuidar de graça de qualquer animal.

Mesmo assim, sou otimista. Tenho 15 anos de carreira e esses casos acontecem cada vez menos. Aos poucos, as pessoas estão tomando responsabilidade pelos animais que criam."

Miriam Caramico, 36, veterinária

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