São Paulo, quinta-feira, 18 de maio de 2000
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

O que se fala no Brasil



A reportagem ouviu 11 especialistas nas áreas de oftalmologia, oncologia, cardiologia, otorrinolaringologia e neurologia. Todos disseram não ter dados científicos que comprovem que o celular causa danos à saúde. Alguns, porém, não descartam que a longo prazo possa surgir alguma novidade. O único consenso é quanto aos portadores de marcapasso. Martino Martinelli, do Incor, diz que o aparelho pode sofrer interferência eletromagnética do celular. "Se o marcapasso interpreta a onda como batimento cardíaco, ele não manda o pulso elétrico ao coração, e o paciente pode desmaiar", diz, acrescentando que tais ocorrências são raras (leia as recomendações ao lado).
Os físicos são contundentes nas críticas. José Irineu Kunrath, professor de física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, garante que a cada dois minutos de uso a temperatura da área onde fica encostada a ponta da antena sobe 2 C. Para os olhos, por exemplo, o processo pode gerar conjuntivite, glaucoma e catarata. "É seguro que vão aparecer problemas, mas os efeitos variam de pessoa para pessoa", diz Kunrath.
Para comprovar os efeitos biológicos das ondas eletromagnéticas, diz Vitor Paranauskas, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação da Unicamp, basta fazer um eletroencefalograma antes e outro depois de um minuto de usar o celular. E mais: "Se o aparelho termorregulador do organismo, que controla o esfriamento corporal, não estiver em ordem, o calor pode cozinhar os neurônios e as glândulas hormonais. A solução é jogar no lixo".





Texto Anterior: Legislação para a Europa
Próximo Texto: Os adversários do celular
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.