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O que se fala no Brasil
A reportagem ouviu 11 especialistas nas áreas de oftalmologia, oncologia,
cardiologia, otorrinolaringologia e neurologia.
Todos disseram não ter
dados científicos que
comprovem que o celular
causa danos à saúde. Alguns, porém, não descartam que a longo prazo
possa surgir alguma novidade. O único consenso é
quanto aos portadores de
marcapasso. Martino
Martinelli, do Incor, diz
que o aparelho pode sofrer interferência eletromagnética do celular. "Se
o marcapasso interpreta a
onda como batimento
cardíaco, ele não manda o
pulso elétrico ao coração,
e o paciente pode desmaiar", diz, acrescentando que tais ocorrências
são raras (leia as recomendações ao lado).
Os físicos são contundentes nas críticas. José
Irineu Kunrath, professor
de física da Universidade
Federal do Rio Grande do
Sul, garante que a cada
dois minutos de uso a
temperatura da área onde
fica encostada a ponta da
antena sobe 2 C. Para os
olhos, por exemplo, o processo pode gerar conjuntivite, glaucoma e catarata.
"É seguro que vão aparecer problemas, mas os
efeitos variam de pessoa
para pessoa", diz Kunrath.
Para comprovar os efeitos biológicos das ondas
eletromagnéticas, diz Vitor Paranauskas, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação da Unicamp, basta
fazer um eletroencefalograma antes e outro depois de um minuto de
usar o celular. E mais: "Se
o aparelho termorregulador do organismo, que
controla o esfriamento
corporal, não estiver em
ordem, o calor pode cozinhar os neurônios e as
glândulas hormonais. A
solução é jogar no lixo".
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