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Os avanços que vêm por aí
Um dos mais respeitados especialistas em medicina fetal do mundo é
brasileiro. Dario Fauza, que é professor-assistente de cirurgia da Harvard
Medical School e cirurgião-pediatra
do Children's Hospital Boston, acredita que a evolução dessa especialidade está, na verdade, apenas começando. "O feto ainda é como uma
barreira, quase uma última fronteira
para a medicina", diz.
O médico lembra que, na especialidade, os tratamentos são comemorados e abandonados com muita rapidez. "Só quando os estudos avançam e conseguimos cruzar os dados
é que percebemos os resultados."
O cirurgião aposta que, no futuro
próximo, a principal mudança da
medicina fetal seja em sua identidade: passaria a ser medicina materno-fetal. "Não há sentido separar os dois
sujeitos", afirma Fauza. "Afinal, o
que se busca, primordialmente, nessa especialidade é entender o feto como paciente, mas com a mãe formando com ele uma unidade."
Entre as principais evoluções previstas por Fauza estão a diminuição
das cirurgias intra-uterinas, por causa de seu caráter invasivo e de risco
para a mãe; o aperfeiçoamento dos
tratamentos pós-natal, por serem
menos agressivos tanto para mãe
quanto para feto, e o uso de novas
tecnologias para revolucionar o
mundo dos transplantes.
É dele, por exemplo, a técnica de
construir tecidos específicos com base nas células fetais, considerada
uma revolução no tratamento de tecidos malformados.
"A técnica só foi testada em animais, mas, em breve, vamos começar
a fazer os transplantes em humanos
também. Em pouco tempo, talvez tenhamos a possibilidade de formar
órgãos inteiros a partir de um grupo
de células coletadas em fetos", prevê
o especialista.
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