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São Paulo, quinta-feira, 02 de outubro de 2003
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Os avanços que vêm por aí

Um dos mais respeitados especialistas em medicina fetal do mundo é brasileiro. Dario Fauza, que é professor-assistente de cirurgia da Harvard Medical School e cirurgião-pediatra do Children's Hospital Boston, acredita que a evolução dessa especialidade está, na verdade, apenas começando. "O feto ainda é como uma barreira, quase uma última fronteira para a medicina", diz.
O médico lembra que, na especialidade, os tratamentos são comemorados e abandonados com muita rapidez. "Só quando os estudos avançam e conseguimos cruzar os dados é que percebemos os resultados."
O cirurgião aposta que, no futuro próximo, a principal mudança da medicina fetal seja em sua identidade: passaria a ser medicina materno-fetal. "Não há sentido separar os dois sujeitos", afirma Fauza. "Afinal, o que se busca, primordialmente, nessa especialidade é entender o feto como paciente, mas com a mãe formando com ele uma unidade."
Entre as principais evoluções previstas por Fauza estão a diminuição das cirurgias intra-uterinas, por causa de seu caráter invasivo e de risco para a mãe; o aperfeiçoamento dos tratamentos pós-natal, por serem menos agressivos tanto para mãe quanto para feto, e o uso de novas tecnologias para revolucionar o mundo dos transplantes.
É dele, por exemplo, a técnica de construir tecidos específicos com base nas células fetais, considerada uma revolução no tratamento de tecidos malformados.
"A técnica só foi testada em animais, mas, em breve, vamos começar a fazer os transplantes em humanos também. Em pouco tempo, talvez tenhamos a possibilidade de formar órgãos inteiros a partir de um grupo de células coletadas em fetos", prevê o especialista.


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