São Paulo, quinta-feira, 02 de novembro de 2006
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saúde

A ponto de explodir

Enxaqueca não é sinônimo de dor de cabeça e pode se agravar com o consumo excessivo de analgésicos; aprenda sobre esses e mais 18 enganos comuns em relação à doença, que atinge 12% da população

Leonardo Wen/Folha Imagem
Maria Fernanda de Oliveira, 40, que tenta descobrir o que desencadeia suas crises


FLÁVIA MANTOVANI
DA REPORTAGEM LOCAL

Se você tem enxaqueca, surpreenda-se: aquele "comprimidinho mágico" que traz alívio na hora das dores pode ser também um grande vilão. Pouca gente sabe, mas o abuso de analgésicos e de outros medicamentos específicos para as crises de dor pode agravar o problema, tornando os sintomas mais fortes, freqüentes e resistentes a tratamentos.
Consumi-los mais de duas vezes por semana durante três meses seguidos já pode ser suficiente para cronificar a doença. Estudos mostram que as pessoas chegam a tomar de 14 a 30 comprimidos semanais, muitas vezes sem perceber.
A crença de que os analgésicos são inofensivos é só um dos muitos mitos sobre esse mal, que atinge, em média, 12% da população. Doença bioquímica cerebral, a enxaqueca não é sinônimo de dor de cabeça, como muitos acreditam. Apesar de quase sempre se manifestar com essa dor, ela costuma vir associada a sintomas como náuseas e sensibilidade à luz, aos odores e ao barulho. Há inclusive crises de enxaqueca que não causam dor de cabeça.
A velha frase "é só uma enxaqueca", que faz com que muita gente se acostume a viver com a dor, também não vale. Apesar de raramente gerar complicações graves, ela é considerada, entre todas as doenças, a 19ª causa de incapacidade. Quando não tratadas, as crises chegam a durar quatro dias e deixam a pessoa inapta para qualquer atividade.
A boa notícia é que, apesar de não haver cura, os tratamentos atuais aliviam e até acabam com as crises. Novos remédios, combinações de drogas e opções não medicamentosas estão sendo lançados e pesquisados. Os mecanismos cerebrais que geram as dores estão sendo, aos poucos, desvendados. Um estudo em andamento está avaliando, pela primeira vez, a prevalência do problema em todos os Estados do Brasil.
Para esclarecer esse tema ainda obscuro até para quem sofre do problema, a Folha pediu a especialistas que desmistificassem 20 enganos comuns em relação à enxaqueca.


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