São Paulo, quinta-feira, 03 de agosto de 2000
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s.o.s. família

Para educar é necessário ser impopular

ROSELY SAYÃO

Outro dia a mãe de um garoto de 7 anos contava que o filho vinha mostrando curiosidade em conhecer determinado tipo de revista para adultos e citava como exemplo a conhecida "Playboy". Os amiguinhos da escola comentavam frequentemente com ele o que viam na revista, e, também por isso, a mãe estava em dúvida sobre como proceder com filho nessa situação. Apesar de não ter sido explícita, a mãe queria mesmo era saber se deveria ou não deixar o filho ter acesso à revista.
Como estamos falando de uma criança de só 7 anos, muitos pais já têm a resposta na ponta da língua: "Sete não!" Mas, se falássemos de garotos de 12, 13 anos, muitos pais não teriam dúvida: comprariam a revista para o filho. Aliás, muitos já fizeram isso quando a capa foi de uma garota conhecida deles pela TV. E, com a maior naturalidade, os pais me disseram que, se não tivessem comprado a revista, o filho a teria visto na escola. Bela desculpa para explicar a omissão educativa!
Sim, provavelmente o filho teria visto na escola. Mas é muito diferente ver uma revista desse tipo -que tem uma advertência na capa avisando ser para maiores de 18 anos- escondido dos adultos do que recebê-la das mãos dos próprios pais.
Por que hoje tantos pais estão com esse tipo de dúvida? Vale ressaltar dois motivos. Proibir tem sido difícil, e mais difícil ainda tem sido remar contra a maré, ser diferente da maioria dos outros pais. Como educar é difícil! Há 30 anos, os pais achavam que sabiam a melhor maneira de educar os filhos. E, sem dúvidas e com todas as certezas, faziam o que achavam certo. Mas hoje, com tantas informações, com tantas teorias, os pais estão com todas as dúvidas e nenhuma certeza.
Mesmo assim, educar é preciso! E educar um filho significa, ainda, ensinar a ele todos os princípios, os valores, a moral e as virtudes que os pais valorizam. Por isso não deve importar aos pais se aquilo em que eles acreditam é considerado moderno ou não, careta ou não.
Seu filho vai reclamar quando você disser que ele não tem idade para ver a "Playboy"? Vai chamar você de careta e dizer que legais são os pais dos amigos? E vai procurar ver a revista assim mesmo? Vai. Não importa. O que importa é o ato educativo, e os pais não podem se omitir dessa responsabilidade.



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