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Síndrome da academia vazia
Quando trocar o cobertor pela malhação fica difícil, algumas táticas ajudam os
alunos a não abandonar de vez a atividade
DE SÃO PAULO
Tão certo quanto a noção
de que as temperaturas médias serão mais baixas é saber que, no inverno, as salas
das academias ficarão mais
vazias. O movimento costuma cair cerca de 20%, segundo a Acad (Associação Brasileira de Academias).
Este ano, a coisa está um
pouquinho pior. "Tivemos
uma sequência de muitas
chuvas, semanas de frio muito intenso, Copa do Mundo e
férias escolares. Um inverno
negro", diz Claudio Silva,
presidente da Acad.
Agora, quando pelo menos uma parte disso já passou, o duro é trocar o cobertor pela esteira. Quanto mais
faltamos aos treinos, mais
motivos encontramos para
não voltar à atividade.
Vale a pena fazer um esforço para não deixar a musculatura cair. "Se você fica mais
de um mês parado, vai precisar de uns três para voltar ao
nível de condicionamento
anterior", alerta Silva.
É também um investimento mais seguro para quem sonha com um corpo bonito para o próximo verão.
"Começar em dezembro
para alcançar os resultados
em janeiro não é viável e aumenta o risco de lesões", afirma Markus Najas, do Núcleo
de Pesquisa em Atividade Física da Universidade Federal
de Santa Catarina.
Segundo ele, as primeiras
seis semanas servem principalmente para o organismo
se adaptar à atividade, e não
para alcançar resultados.
Para Daniel Almeida, professor da academia Century,
a principal causa do abandono é mesmo a preguiça. "As
pessoas têm menos disposição e bate aquela preguiça de
sair do quentinho para encarar o treino", diz.
AULAS AVULSAS
Tentar manter o mínimo
de atividades, mesmo que
em ritmo menor, é o conselho
de Claudio Silva. "Fazer pelo
menos duas aulas por semana e aumentar a atividade no
dia a dia, andando mais a pé,
por exemplo, já ajuda."
Outra dica dele é mudar o
tipo de treino. "Como atualmente a grade de atividades
nas academias é muito variada, experimentar uma aula
nova estimula o aluno a não
parar de se exercitar."
Uma boa ideia é fazer aulas avulsas para descobrir as
modalidades que parecem
mais prazerosas, mesmo
que, para isso, o treino habitual seja deixado de lado por
algum tempo.
As aulas coletivas também
ajudam a espantar a preguiça. Além do calor humano, a
música e o estímulo do professor dão mais ânimo para
trocar o chocolate quente pela malhação.
A vantagem da troca aparece na balança. Segundo
João Salles, membro do departamento de obesidade da
Sociedade Brasileira de Endocrinologia, quem interrompe uma atividade física e
mantém um hábito alimentar semelhante ao que tinha
antes tende a ganhar peso.
CRISE DE INVERNO
Pensar nas consequências
-ganho de peso, perda de
condicionamento- não deixa de ser uma estratégia para
superar a crise de inatividade
típica do inverno.
O que funcionar está valendo. Tem academia oferecendo até programa de milhagem para incentivar os
alunos: a cada atividade realizada, o aluno recebe "milhas" para concorrer a sorteios de viagens.
Há dias em que é preciso
mesmo muitos argumentos
para sair do cobertor.
(IARA BIDERMAN E MÁRCIO PINHO)
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