São Paulo, terça-feira, 03 de agosto de 2010
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Sentimento messiânico é comum entre futuros pais

DÉBORA MISMETTI
EDITORA-ASSISTENTE DE SAÚDE

Ter filho não resolve a vida de ninguém. Não conserta casamento e nem apaga conflitos familiares. Ainda que isso seja óbvio, o sentimento irracional de que a criança pode solucionar tudo como mágica é comum entre futuros pais, diz o psicanalista Rubens de Aguiar Maciel.
Para o seu doutorado, ele entrevistou homens cujas mulheres estavam grávidas. "O sentimento messiânico surgiu de maneira importante nas entrevistas", diz.
Essa fantasia prospera porque está na esfera do desejo. "O desejo é terrível. A crítica racional vale pouco diante dele."
A falta de maturidade foi outra questão analisada. Por mais que os homens demonstrassem o desejo de serem responsáveis por seus filhos, alguns ainda desejavam ser filhos, segundo o psicanalista. "Desejo não é tudo. A gente faz o que pode, não o que quer. Quem deseja ser um filho não tem competência para ser pai."
A expressão dessa imaturidade apareceu em queixas e lamentações. "Eles queriam ser cuidados pela mulher, se sentiam inseguros pela falta de carinho na gravidez."
A consequência desse sentimento, mais tarde, pode ser uma competição entre pai e filho pela atenção da mulher.


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