São Paulo, quinta-feira, 05 de junho de 2008
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Ingrediente

Parente da chicória, radicchio tem até "grife"

RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Uma iguaria com "certidão de nascimento". Assim é o radicchio rosso di treviso, cujas variedades -precoce e tardivo (tardio, em italiano)- têm status IGP (Indicazione Geografica Protetta). Isso significa que elas só podem ser vendidas com esses nomes se forem produzidas nas cercanias de Treviso, na Itália, sob supervisão do Consorzio Radicchio di Treviso.
A precoce possui folhas vermelhas carnudas e estrias brancas que formam um feixe compacto, e a tardivo, estrias mais pronunciadas e folhas abertas.
No Brasil, a variedade mais comum dessa hortaliça é a chamada roxa ou de chioggia. Semelhante ao repolho, com folhas agrupadas que formam uma espécie de cabeça, esse tipo de radicchio é empregado em saladas e pratos como massas, risotos e quiches.
Assim como o radicchio di castelfranco, é consumido geralmente cru, pois seu amargor natural tende a se acentuar com o cozimento.
"Para diminuir o amargor, pique as folhas e deixe-as na água. Ao temperar, coloque primeiro o azeite e depois os outros temperos. Fica muito saboroso e crocante", diz Regina Suda, da Sementes Sakama.
O escritor Plínio, que viveu no século 1º d.C., observou que o vegetal é bom para insônia e para purificar o sangue.
Comparado à chicória, da qual é parente, o radicchio contém pouco cálcio, vitamina A e B5. "Ambos possuem quantidade significativa de potássio, mineral responsável pelo equilíbrio hídrico e pelo funcionamento dos músculos e do metabolismo", afirma a nutricionista Cibele Crispim, da RG Nutri.

Comercialização
Embora dados sobre produção e tamanho do mercado no país sejam escassos, os especialistas são unânimes em afirmar que o interesse pela hortaliça está crescendo.
A Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), por exemplo, decidiu começar a acompanhar as vendas mensais do ingrediente no início de 2007, devido à maior demanda. No mês passado, foram comercializadas mais de 21 toneladas.
"Mas o volume ainda é pequeno, voltado principalmente a restaurantes, onde é usado para enfeitar pratos, e a famílias de origem italiana", afirma o engenheiro agrônomo Luis Felipe Purquerio, pesquisador do Centro de Horticultura do Instituto Agronômico.


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