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Ingrediente
Parente da chicória, radicchio tem até "grife"
RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Uma iguaria com "certidão de nascimento". Assim é o radicchio rosso di treviso,
cujas variedades -precoce e
tardivo (tardio, em italiano)-
têm status IGP (Indicazione
Geografica Protetta). Isso significa que elas só podem ser
vendidas com esses nomes se
forem produzidas nas cercanias de Treviso, na Itália, sob
supervisão do Consorzio Radicchio di Treviso.
A precoce possui folhas vermelhas carnudas e estrias
brancas que formam um feixe
compacto, e a tardivo, estrias
mais pronunciadas e folhas
abertas.
No Brasil, a variedade mais
comum dessa hortaliça é a chamada roxa ou de chioggia. Semelhante ao repolho, com folhas agrupadas que formam
uma espécie de cabeça, esse tipo de radicchio é empregado
em saladas e pratos como massas, risotos e quiches.
Assim como o radicchio di
castelfranco, é consumido geralmente cru, pois seu amargor
natural tende a se acentuar
com o cozimento.
"Para diminuir o amargor,
pique as folhas e deixe-as na
água. Ao temperar, coloque primeiro o azeite e depois os outros temperos. Fica muito saboroso e crocante", diz Regina
Suda, da Sementes Sakama.
O escritor Plínio, que viveu
no século 1º d.C., observou que
o vegetal é bom para insônia e
para purificar o sangue.
Comparado à chicória, da
qual é parente, o radicchio contém pouco cálcio, vitamina A e
B5. "Ambos possuem quantidade significativa de potássio, mineral responsável pelo equilíbrio hídrico e pelo funcionamento dos músculos e do metabolismo", afirma a nutricionista Cibele Crispim, da RG Nutri.
Comercialização
Embora dados sobre produção e tamanho do mercado no
país sejam escassos, os especialistas são unânimes em afirmar
que o interesse pela hortaliça
está crescendo.
A Ceagesp (Companhia de
Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), por exemplo, decidiu começar a acompanhar as vendas mensais do ingrediente no início de 2007, devido à maior demanda. No mês
passado, foram comercializadas mais de 21 toneladas.
"Mas o volume ainda é pequeno, voltado principalmente
a restaurantes, onde é usado
para enfeitar pratos, e a famílias de origem italiana", afirma
o engenheiro agrônomo Luis
Felipe Purquerio, pesquisador
do Centro de Horticultura do
Instituto Agronômico.
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