São Paulo, quinta-feira, 05 de outubro de 2000
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Gravidez escondida do marido

A consultora de comunicação Lúcia Pinto, 40, passou dos 32 aos 38 anos tentando engravidar. Na sexta tentativa, após mais de R$ 25 mil gastos e escondida do marido, conseguiu o que queria. Apesar da alegria da chegada da filha - "A Rafaela é meu anjo"-, Lúcia não esquece o sofrimento dos seis anos de tentativas malsucedidas. Sobre tentar outro filho, ela é enfática: "Jamais. Sempre quis ter muitos, mas não tentaria de novo".
Rafaela só foi concebida quando o óvulo de Lúcia foi "reforçado" com a injeção de 10% de citoplasma de um óvulo de doadora jovem. Já havia recorrido a três inseminações artificiais e duas fertilizações in vitro convencionais. Mas a odisséia do casal havia começado antes. Saulo, o marido, era vasectomizado e só conseguiu reverter a operação na segunda tentativa. Mas como ainda assim Lúcia não engravidava, recorreu à reprodução assistida.
"Primeiro, achava que a vasectomia não tinha sido revertida. Depois descobri que havia algo errado comigo também", conta. Os seis anos de luta "destruíram" a estabilidade emocional de Lúcia. "Enlouqueci, fiquei pirada. O Saulo viu o estado em que eu havia ficado da última vez e decidiu não tentar mais."
Por tabela, ela desistiu, até seu médico mencionar uma técnica recém-descoberta, a transferência de citoplasma. "Eu me animei, mas sabia que meu marido não concordaria. Como ele tinha espermas congelados, resolvi levar o tratamento adiante sozinha, em segredo. Enfrentei todas as etapas sem ajuda do meu marido porque fiz tudo em segredo. Um lado bom: como não havia contado para ninguém, não havia perguntas nem pressão. Aliás, o ideal mesmo é que ninguém fique sabendo."


Texto Anterior: Sem espermatozóides, mas pai de trigêmeos
Próximo Texto: Peça rara - Sílvia Moraes: Cachepô de carvão, sorvete de madeira
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.