São Paulo, quinta-feira, 06 de março de 2008
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Ingrediente

Cenoura era cultivada na Babilônia no século 8º a.C.

RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

R ica em vitamina A, a cenoura é uma hortaliça do grupo das raízes tuberosas amplamente cultivada no Sudeste, no Nordeste e no Sul do Brasil. Em 2007, foi o segundo legume mais vendido no entreposto da Ceagesp na capital, perdendo apenas para o tomate: foram comercializadas mais de 98 mil toneladas, a maior parte proveniente de São Gotardo (MG).
Ingrediente trivial no cardápio dos brasileiros, a cenoura tem um histórico interessante. Segundo a enciclopédia "The Oxford Companion to Food", de Alan Davidson, é difícil precisar a origem da Daucus carota sativa, a cenoura moderna. Uma pista pode estar na longa lista de vegetais cultivados nos jardins da Babilônia, no século 8º a.C., onde a hortaliça aparece na relação de ervas aromáticas. "Era provavelmente cultivada por suas folhas ou sementes", escreve Davidson.
Para o pesquisador, é provável que gregos e romanos também a cultivassem com esse fim, já que faltam evidências sobre o consumo das raízes na Antigüidade. Muitos autores acreditam que ela tenha chegado à Europa vinda do Oriente entre os séculos 8º e 10º. Sabe-se, por certo, que a hortaliça passou a ser consumida na França, na Holanda e na Alemanha ao longo do século 14.
Sua cor se deve à presença de betacaroteno, convertido no organismo em vitamina A, importante para os olhos, a pele e os cabelos.
Para acentuar sua doçura, a dica é servi-la com folhas de aipo, sementes de erva-doce ou salsinha. A utilização de cenoura em bolos e sobremesas remonta à Idade Média, quando o açúcar era artigo de luxo.
Embora a cenoura se adapte melhor a regiões de clima ameno, nos últimos anos foram desenvolvidas variedades tolerantes ao calor, o que permite encontrar a hortaliça no mercado durante o ano todo. O período de safra da variedade brasília vai de janeiro a maio, a da kuroda abrange de junho a outubro, enquanto a nantes é encontrada entre junho e novembro. A "baby carrot" é uma variedade produzida nos Estados Unidos e difundida na última década no Brasil. Além do tamanho reduzido, é bem mais macia do que a cenoura.
Bastante popular entre as pessoas que seguem dieta hipocalórica, a cenoura não é, entretanto, um alimento "light": possui 43 calorias a cada 100 gramas. "As pessoas acham que ela tem baixo valor calórico por ser um vegetal, mas é um equívoco consumir à vontade se a intenção é perder peso", afirma Anita Sachs, professora de nutrição da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).


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