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Ingrediente
Cenoura era cultivada na Babilônia no século 8º a.C.
RACHEL BOTELHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
R
ica em vitamina A, a
cenoura é uma hortaliça do grupo das raízes tuberosas amplamente cultivada no Sudeste, no
Nordeste e no Sul do Brasil. Em
2007, foi o segundo legume
mais vendido no entreposto da
Ceagesp na capital, perdendo
apenas para o tomate: foram
comercializadas mais de 98 mil
toneladas, a maior parte proveniente de São Gotardo (MG).
Ingrediente trivial no cardápio dos brasileiros, a cenoura
tem um histórico interessante.
Segundo a enciclopédia "The
Oxford Companion to Food",
de Alan Davidson, é difícil precisar a origem da Daucus carota
sativa, a cenoura moderna.
Uma pista pode estar na longa
lista de vegetais cultivados nos
jardins da Babilônia, no século
8º a.C., onde a hortaliça aparece na relação de ervas aromáticas. "Era provavelmente cultivada por suas folhas ou sementes", escreve Davidson.
Para o pesquisador, é provável que gregos e romanos também a cultivassem com esse
fim, já que faltam evidências
sobre o consumo das raízes na
Antigüidade. Muitos autores
acreditam que ela tenha chegado à Europa vinda do Oriente
entre os séculos 8º e 10º. Sabe-se, por certo, que a hortaliça
passou a ser consumida na
França, na Holanda e na Alemanha ao longo do século 14.
Sua cor se deve à presença de
betacaroteno, convertido no
organismo em vitamina A, importante para os olhos, a pele e
os cabelos.
Para acentuar sua doçura, a
dica é servi-la com folhas de aipo, sementes de erva-doce ou
salsinha. A utilização de cenoura em bolos e sobremesas remonta à Idade Média, quando
o açúcar era artigo de luxo.
Embora a cenoura se adapte
melhor a regiões de clima ameno, nos últimos anos foram desenvolvidas variedades tolerantes ao calor, o que permite
encontrar a hortaliça no mercado durante o ano todo. O período de safra da variedade brasília vai de janeiro a maio, a da
kuroda abrange de junho a outubro, enquanto a nantes é encontrada entre junho e novembro. A "baby carrot" é uma variedade produzida nos Estados
Unidos e difundida na última
década no Brasil. Além do tamanho reduzido, é bem mais
macia do que a cenoura.
Bastante popular entre as
pessoas que seguem dieta hipocalórica, a cenoura não é, entretanto, um alimento "light":
possui 43 calorias a cada 100
gramas. "As pessoas acham que
ela tem baixo valor calórico por
ser um vegetal, mas é um equívoco consumir à vontade se a
intenção é perder peso", afirma
Anita Sachs, professora de nutrição da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
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