São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2010 |
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egoístas de berço Bebês deixados em escolinhas serão crianças prepotentes e com dificuldades afetivas, diz terapeuta inglesa
MARIANNE PIEMONTE DE LONDRES A psicoterapeuta inglesa Sue Gerhardt ganhou as páginas dos jornais internacionais no início do mês ao lançar seu segundo livro, "The Selfish Society" (a sociedade egoísta). Nele, a fundadora do Oxford Parental Infant Project, um projeto que oferece psicoterapia para pais de crianças de até dois anos, culpa o capitalismo por "erodir as relações sociais". O ponto principal, e o mais controverso, é que ela responsabiliza os berçários por distúrbios de personalidade. Para a autora, uma sociedade preocupada só com valores materiais, em que as mulheres têm que deixar seus bebês em creches para trabalhar, cria gente com "buracos negros emocionais". Um cenário nada simpático para os pais, que, segundo ela, não devem se culpar. "Os governos é que têm de estabelecer salários-maternidade de até dois anos para que as mães possam cuidar de seus filhos." Enquanto o dia perfeito não chega, o remédio é dedicação total no maior tempo possível para atender às necessidades emocionais dos bebês. Leia, a seguir, trechos da entrevista.
FOLHA - Por que as creches e berçários são prejudiciais às crianças? SUE GERHARDT - Há dois problemas principais. O primeiro é que os bebês não terão suas necessidades emocionais atendidas na maioria deles. Carinho e atenção nessa fase são essenciais para que o cérebro do bebê libere dopamina, substância que lhe permitirá desenvolver a consciência emocional. Cuidados pessoais e carinho o ajudam a identificar e a controlar as emoções. Falta de atenção nessa fase traz como resultado crianças com dificuldade de se afeiçoar aos outros. O segundo problema é que a maioria dos berçários são de má qualidade, com funcionários inexperientes e mal pagos. Eles servirão de modelo de como o bebê irá se relacionar. FOLHA - Muitas famílias recorrem
a babás no lugar de berçários. Pode
ser uma solução?
FOLHA - Crianças que ficarem em
berçários serão necessariamente
prejudicadas emocionalmente?
FOLHA - O que as mães que precisam trabalhar podem fazer, então?
FOLHA - Como você conciliou carreira e maternidade?
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