São Paulo, quinta-feira, 06 de junho de 2002
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Medo da rejeição inibe comportamento fetichista

Todo mundo tem fetiche, mas nem todos permitem que ele aflore e torne-se um elemento a mais na relação sexual. "O fetiche é percebido como algo diferente, que nem sempre é adequado. O medo de seus desejos não serem aceitos faz com que o fetichista não os expresse constantemente", diz o psicoterapeuta sexual Oswaldo Rodrigues, diretor da entidade WAS (World Association for Sexology).
O preconceito, ainda que menos intenso do que há alguns anos, existe e inibe algumas pessoas, que se sentem incomodadas quando se descobrem fetichistas. "As pessoas não têm o costume de associar a vida sexual a estímulos que vão além do parceiro em si. Trazer um objeto para a relação muitas vezes é tido como sinônimo de perversão", diz o psicólogo Eduardo Yabusaki, coordenador do ambulatório de sexualidade do Centro de Estudos em Comportamento Humano Persona.
Os critérios morais também contam, "vindos principalmente da família, que acaba reprimindo manifestações sexuais consideradas diferentes", diz o médico Bernardo Lynch de Gregório, da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Mesmo quando o fetiche é só imaginado, a fantasia acaba sendo relacionada à perversão. Assim, como explica Rodrigues, a fantasia do fetiche é, ao mesmo tempo, temida e desejada. E, ao ser temida, a pessoa pensa que ela deve ser escondida, e não dividida com o outro.
O melhor mesmo, dizem os especialistas, é compartilhar o fetiche para poder vivenciá-lo sem culpa, de forma saudável. Por exemplo: "Um homem que prefere mulheres obesas estará adequado ao encontrar uma que se aceite fisicamente e então o prazer dele, exposto, facilitará o relacionamento", diz Rodrigues.



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