São Paulo, quinta-feira, 06 de novembro de 2008
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Nos eixos

Novas aulas usam rolo de espuma de alta densidade para adaptar técnicas do pilates em academias; movimentos são diferentes dos tradicionais criados por Joseph Pilates


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O rolo ajuda na execução de exercícios importantes, que trabalham força, controle e coordenação motora; pode motivar, mas não faz com que possa ser chamado de pilates, diz Inelia Garcia, diretora do Pilates Studio Brasil


JULLIANE SILVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um colchonete e um rolo de espuma de alta densidade (além de um pop-rock como fundo musical, para animar) resumem uma nova forma de executar as posturas inspiradas na técnica de pilates, que chegou há pouco tempo ao Brasil: pilates com rolo. A proposta é adaptar os exercícios que foram desenvolvidos por Joseph Pilates nos tradicionais aparelhos para outro acessório, como já é comum com a bola suíça, por exemplo.
Para Alessandra Dianin, professora de pilates da academia Bio Ritmo, em São Paulo, o rolo ajuda o aluno a manter a consciência do corpo durante todos os exercícios, já que, se o tronco ficar torto, dificilmente será possível se manter equilibrado sobre o acessório. "Também é possível trabalhar com todos os níveis de dificuldade em uma mesma aula", acrescenta.
Ela acredita, no entanto, que variar os aparelhos durante a execução da técnica é melhor do que uma aula inteira com o mesmo acessório. O problema, diz, é monitorar de forma eficiente os alunos. "Em uma aula com mais pessoas, não dá para ter controle. Se usamos somente um aparelho, podemos ter mais alunos, porque consigo observar todos eles."
Foi o que constatou o analista de sistemas Carlos Eduardo Bitencourt, 36, que pratica pilates há seis meses e aderiu à técnica com rolo há um. Como pratica corrida seis vezes por semana, buscou uma atividade que o ajudasse a alongar mais a musculatura e a treinar o balanceamento corporal, como complemento ao esporte. "O rolo trabalha mais com o equilíbrio, a todo momento você pensa que pode cair. Também mostra a postura que devo atingir, pois, se faço os movimentos de maneira errada, me incomoda, meu corpo dói", diz o atleta, que pratica pilates duas vezes por semana.
As aulas duram, em média, uma hora e são formadas por séries de poucas repetições -no máximo dez por tipo de exercício. Além disso, o instrutor pede ao aluno que execute os movimentos lentamente. "Tudo isso é feito para que o praticante mantenha controle dos exercícios e da postura. Quando o controle é maior, o trabalho é mais intenso", afirma Dianin.

Técnica questionável
Mesmo com benefícios positivos, o pilates com rolo é visto com receio por especialistas da técnica tradicional. "Acho importante não confundir. Os exercícios podem até ser inspirados por aqueles que foram desenvolvidos por Pilates, mas não é a mesma coisa", argumenta Inelia Garcia, diretora do Pilates Studio Brasil. Ela considera os exercícios realizados no rolo uma adaptação distante do método tradicional.
"Esse acessório ajuda na execução de exercícios importantes, que trabalham força, controle e coordenação motora. Pode ser interessantíssimo na ginástica e ser um agente motivador, mas isso não faz com que possa ser chamado de pilates", acrescenta.
Não é possível esperar os mesmo resultados do pilates em aparelhos tradicionais no uso do rolo. "No pilates, o corpo vai criando uma organização postural e leva a uma melhora de funcionalidade. O corpo se prepara para executar de forma clara os exercícios", diz Garcia.
A especialista ainda ressalta os riscos para quem tem dor lombar, problemas nos ombros e sobrepeso. Essas pessoas podem sofrer lesões durante a prática de exercícios no rolo se não tiverem bom domínio do próprio corpo.


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