São Paulo, quinta-feira, 07 de setembro de 2000
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Diário dos novos malhadores

A maioria dos alunos que optam pelas aulas zen são do tipo "ioiô" -fazem matrícula todo ano nas academias, mas meses depois desistem porque não se dão bem com as aulas tradicionais- ou são do grupo que detesta academia e nunca havia posto os pés em uma até saber das aulas mais lúdicas. Conheça abaixo algumas dessas histórias.

Regina Guilhein, 29, diretora de arte: "Eu odeio academia. Não consigo fazer aulas com pesos e detesto aquela música bate-estaca da aeróbica. Eu me forçava a fazer exercícios porque sou diretora de arte e passo o dia sentada ao computador. Mas desistia uns meses depois. Em junho de 99 soube do pilates e resolvi experimentar. Depois comecei a fazer também alongamento consciente. As aulas melhoram a postura e relaxam. Quase nunca falto. De vez em quando, eu me animo até a fazer esteira. Mas não sou frequentadora de academia. Venho, faço minhas aulas e vou embora. Nem sei o nome das outras modalidades, são todas iguais. Tenho mais consciência dos movimentos, e meu condicionamento melhorou. Não aguentava fazer dois abdominais, mas o pilates dá força aos poucos. É muito bom".

Minou Harari, dona de casa: "Nunca havia posto os pés em academia. Fiz balé quando era criança, mas depois não fiz mais exercício nenhum. Voltei a dançar há 6 meses. Sentia muita falta do movimento, mas, como estava parada há muito tempo, não tinha coragem de encarar uma aula tradicional de jazz. Venho aqui mais para dançar do que para fazer exercício físico. A walk dance mexe o corpo e a cabeça ao mesmo tempo. Saio daqui super-relaxada. É muito diferente dos outros exercícios físicos porque você não é obrigado a fazer tudo certinho, cada um faz como quer. Nem sinto o tempo passar, é muito prazeroso. Tenho mais ginga e ainda melhorei meu condicionamento" .

João Pimenta, 45, engenheiro civil: "Comecei a fazer exercícios físicos há 9 anos, quando parei de fumar. Já fiz localizada, step, aeróbica, natação, mas não me dei muito bem. Há dois anos, conheci o lian gong, e foi uma ótima surpresa. Também faço tai-chi e ginástica postural Sou filho de médicos e sempre olhei com desconfiança as práticas ligadas à medicina chinesa. Acho que comecei por curiosidade e hoje não abro mão. O lian gong e o tai-chi curaram dores crônicas que eu tinha nas costas. Também estou mais equilibrado e bem-disposto. Corrigi erros na maneira de andar e de cuidar do meu corpo. Ainda faço exercícios aeróbicos, mas não abro mão do tai-chi e da ginástica postural".

Maria Aparecida Chaim, 58, advogada: "Sempre frequentei academia. Faço de tudo: step, aeróbica, axé, esteira, abdominal. Em 99, comecei a sentir muita dor na coluna, não conseguia fazer nada. Fui ao médico, que diagnosticou artrose e recomendou que eu trocasse os exercícios de força por alongamento. Nunca havia me preocupado com flexibilidade. Já havia observado a aula de alongamento consciente, mas não me entusiasmei porque gosto do ritmo agitado da aeróbica. Cheguei na primeira aula toda dura, não conseguia fazer nada. Hoje estou dormindo melhor, as dores diminuíram e sinto meu corpo menos travado. Até meu desempenho nas outras modalidades melhorou. Alongamento pra mim hoje é uma questão de saúde. Não paro mais".


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