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Corrida/ Rodolfo Lucena
Puro sexo
Um dos grandes prazeres da corrida é
poder (des)vestir-se
como bem entende.
Vale o que estiver à mão, for
confortável e servir para exibir
o corredor ao mundo, mostrar
o atleta que você é.
Isso, nas manhãs de sábado,
transforma a Cidade Universitária de São Paulo em passarela de alegria. Generosas coxas à
mostra, torsos nus orgulhosamente ostentados, suor, sorrisos. A corrida também é uma
explosão de sensualidade.
Por mais que, na sua modéstia, corredores listem a saúde,
o combate ao fumo, a luta contra o aumento de peso ou a
simples busca de diversão como razões para acordarem cedo e bufarem por quilômetros
sem conta, também se constroem como homens e mulheres mais dispostos ao relacionamento afetivo e ao sexo.
Quanto melhor a forma física de homens e mulheres, mais
desejáveis eles se sentem, demonstrou estudo feito por Tina Penhollow, da Universidade de Arkansas (leia entrevista
exclusiva no meu blog).
Correr, especificamente,
traz benefícios para a vida sexual, segundo corredores que
participaram da maratona de
Londres citados pelo Social Issues Research Centre.
"Melhora a qualidade do sexo, sem dúvida nenhuma. Não
é um fato isolado, mas sim uma
junção de vários fatores que te
completam e te tornam mais
atraente física e mentalmente", avalia Alessandro, 32, administrador de empresas, durante treino na USP.
Nada surpreendente para os
médicos. "Correr melhora a
saúde vascular, que é necessária para que o homem mantenha suas funções sexuais", diz
o cardiologista norte-americano Ted Feske, ele mesmo um
maratonista. Há quem se entusiasme. Mark Finch, responsável pela edição sul-africana da
revista "Runner's World", afirma: "Maratonistas são como
deuses do sexo".
O fato é que "você fica melhor com seu corpo, você se
sente melhor, sua auto-estima
melhora e você fica mais autoconfiante", diz Cristiane, 28,
gerente de comunicação corporativa, enquanto sua na
USP. E o inverso também funciona: o sexo melhora o desempenho atlético. As mulheres, especialmente corredoras
e saltadoras, têm melhor performance depois do orgasmo,
constatou pesquisa realizada
pelo médico israelense Alexander Olshanietzky.
Mas confio piamente que isso deva acontecer em qualquer
outra atividade humana.
RODOLFO LUCENA, 49, é editor de Informática da Folha , ultramaratonista e autor de "Maratonando, Desafios e Descobertas nos Cinco
Continentes" (ed. Record)
rodolfolucena.folha@uol.com.br
MÃE RECORDISTA
O primeiro filho de Paula
Radcliffe, recordista
mundial da maratona, deve
nascer em um mês, em uma
maternidade de Monte Carlo. A veloz mamãe participou
em outubro, em Londres, de
sua última corrida durante a
gravidez. "Fui bem lenta para garantir que o bebê tivesse
tudo de que precisa", disse
ela.
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