São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2004
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poucas e boas

Remédio em pó é opção para bebês asmáticos

KARINA KLINGER
FREE-LANCE PARA A FOLHA

No lugar de inaladores e comprimidos, um pó que pode ser misturado a papinhas ou sucos e colocado até na mamadeira. Já utilizado para tratar a asma dos mais velhos, o montelucaste sódico chega ao Brasil em nova versão, desenvolvida especialmente para crianças de seis meses a dois anos de idade.
Nessa faixa etária, o tratamento disponível até agora restringia-se aos corticóides, geralmente aplicados por meio de inalação. "O montelucaste sódico em pó facilita a vida dos pais, já que a inalação em bebês é complicada e envolve o uso de um espaçador, aparelho que facilita a entrada do medicamento nas vias aéreas", diz o pediatra Bernardo Kiertsman, chefe do Setor de Pneumologia Pediátrica da Santa Casa de São Paulo.
A asma é uma inflamação das vias respiratórias que causa sintomas como chiado no peito, falta de ar e tosse. Indicado para asma de grau leve a moderado, o montelucaste sódico faz parte de um grupo de drogas, chamado de antileucotrienos, que age sobre essa inflamação.
De acordo com a alergista infantil Maria Cândida Rizzo, professora e pesquisadora da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), o remédio reduz a freqüência e a intensidade das crises porque bloqueia a ação dos leucotrienos, substâncias que provocam a inflamação das vias aéreas. "É um benefício importante para a qualidade de vida das crianças asmáticas, que apresentam o triplo de hospitalizações e o dobro de passagens por serviços de emergência", afirma Kiertsman.
Embora ainda sejam a primeira escolha dos médicos para os casos de asma, os corticóides podem apresentar efeitos colaterais, principalmente quando são utilizados por períodos mais longos. Entre esses efeitos estão desaceleração do crescimento no início do tratamento, aumento da pressão arterial e descalcificação óssea. "A grande vantagem dos antileucotrienos consiste na facilidade de administração por via oral e na quase ausência de reações adversas", afirma Rizzo. A especialista alerta, porém, que a resposta do paciente aos antileucotrienos varia, pois a quantidade de leucotrienos liberada pelo organismo difere de pessoa para pessoa.

Aproximadamente 60 milhões de brasileiros sofrem de doenças alérgicas

Cérebro enganado Quando o assunto é autopercepção corporal, o cérebro pode ser facilmente enganado. Pelo menos é o que sugere um experimento britânico divulgado pela revista "Science Express". Os voluntários tiveram um de seus braços presos embaixo de uma mesa. Exatamente na mesma posição, mas sobre a mesa, foi colocado um braço de borracha. Os cientistas fizeram cócegas com um pincel nos dois braços. Após 11 segundos de estimulação, o cérebro passou a reagir como se o membro de borracha pertencesse ao voluntário. A confusão perdurou após o fim das cócegas: quando foi solicitado aos voluntários que indicassem seus braços com a outra mão, a maioria apontou para o braço de borracha! Para perceber o corpo, o cérebro usa três "instrumentos": visão, tato e localização espacial. Se os dois últimos estão confusos, a visão predomina -o que explicaria, segundo os pesquisadores, por que o braço de borracha, visível sobre a mesa, passou a ser percebido como real.

Benefício em dobro Um cardápio rico em peixes faz bem para a saúde mental das mães e dos seus filhos, sugere estudo dos NIH (Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, na sigla em inglês). Após acompanharem 14.500 grávidas, os pesquisadores constataram menor incidência de depressão pós-parto entre aquelas que ingeriram peixe durante a gestação. Seus filhos também apresentaram menor ocorrência de problemas de comportamento e de aprendizado.

Para vítimas de queimadura Pessoas com cicatrizes de queimadura podem fazer tratamentos estéticos gratuitamente na Universidade Anhembi-Morumbi, em São Paulo. Mais informações podem ser obtidas pelo site www.anhembi.br ou pelo tel. 0/xx/11/6090-4561.

Prejuízo por tabela Inalar a fumaça alheia causa mais danos do que se supunha. Pesquisadores das faculdades de medicina St. George e Royal Free de Londres (Reino Unido) acompanharam mais de 2.000 homens desde 1978, medindo os níveis de cotinina -um subproduto da nicotina- no sangue. Entre os não-fumantes que apresentavam níveis maiores dessa substância porque tinham contato com fumantes, registrou-se um risco 50% ou 60% maior de desenvolver doença coronariana. Estudos anteriores indicavam que esse risco variava entre 25% e 30%.

Aulas contra Alzheimer Um treinamento cognitivo adequado pode beneficiar pacientes nos primeiros estágios do mal de Alzheimer, sugere pesquisa realizada com 44 pessoas e divulgada pela revista médica "American Journal of Geriatric Psychiatry". Os voluntários foram divididos em dois grupos, e aqueles que participaram das 24 aulas que ensinavam técnicas de memorização, entre outras, como a associação de imagens, apresentaram, em comparação com os demais, uma melhora de 170% no reconhecimento de nomes e rostos e de 71% na capacidade de calcular o troco em compras.

Puberdade mais cedo Ficar muito tempo diante da televisão ou do computador pode antecipar as alterações hormonais características da adolescência, alertam pesquisadores da Universidade de Florença (Itália), que avaliaram 74 crianças com idade entre 6 e 12 anos. A exposição à luz emitida por esses aparelhos reduz a produção de melatonina, hormônio associado ao início da puberdade.


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