São Paulo, quinta-feira, 09 de janeiro de 2003
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Música pode aumentar a produtividade

Na academia, música frenética, bem ritmada. No aeroporto ou na sala de espera do consultório do dentista, uma trilha sonora suave, tranquila. Essas escolhas não são feitas por acaso. Mais que simples fundos musicais, esses são exemplos de música funcional. Presente em muitos ambientes coletivos, esse tipo de música é praticamente imperceptível -as pessoas o ouvem quase sem perceber- e possui objetivos definidos, como retardar a fadiga ou melhorar a produtividade de trabalhadores e estudantes e o desempenho de atletas, por exemplo. Mesmo quem possui formação musical não está imune aos efeitos da música, incluindo a funcional. Prova disso é a experiência vivida por Maristela Smith, 50, professora de musicoterapia do UniFMU (Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas), e por sua filha Denise, 24, psicóloga e estudante de canto lírico, em um supermercado de SP. "Estávamos agitadas, como se algo nos incomodasse. Colocamos os produtos no carrinho sem nos preocuparmos com marca ou preço. Inexplicavelmente, tínhamos pressa em sair daquele local. Minha filha disse: "Mãe, só pode ser essa música!"." No supermercado, havia música ambiente -"sertaneja, do tipo comercial", lembra a professora. Smith, apreciadora da música caipira tradicional e fã de Inezita Barroso, explica que o musicoterapeuta não pode ter preconceito em relação a nenhum gênero musical. Como qualquer ser humano, porém, ele também está sujeito ao prazer, ou ao incômodo, que algumas músicas podem provocar. Quando bem empregada, a música funcional aumenta a energia e a eficiência, eleva o ânimo, diminui as tensões e quebra a monotonia. A programação musical deve ser ouvida, mas não percebida. A trilha sonora precisa ser trabalhada cuidadosamente para que o interesse das pessoas não se volte exclusivamente para a música , o que prejudicaria a concentração e o rendimento. A música funcional pode trazer bons resultados até no trabalho. Empresas como BCN, Kibon e Panasonic já procuraram Smith no UniFMU, onde ela é coordenadora do curso de graduação em musicoterapia, para utilizar esse tipo de música para tornar seus ambientes de trabalho mais agradáveis e produtivos.


Texto Anterior: Gosto varia com idade
Próximo Texto: onde
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.