São Paulo, quinta-feira, 09 de maio de 2002
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Como os pais devem agir, segundo especialistas

Raphael Falavigna/Folha Imagem
Pais devem mostrar que o modo de vestir não vai determinar a aceitação social


* Em primeiro lugar, eles devem ter convicção do que querem para os seus filhos ou do que consideram importante para a educação deles. Só a partir disso é possível estipular o que será proibido ou permitido.

* Precisam ter firmeza ao negar um pedido, não se intimidar no caso de a criança reclamar, fazer beiço ou espernear. É preciso se lembrar de que ela não sabe o que é bom ou não para ela. Também não terá problemas sérios porque seu desejo de ganhar algo que queria foi frustrado. Logo ela deverá superar a expectativa e, se os pais explicarem as razões, ela vai compreender.

* Localize a criança no tempo. Diga a ela que vai poder usar aquela roupa mais tarde, que ela espere um pouco e não tente antecipar etapas.

* Se a criança se sentir deslocada do grupo porque as amiguinhas usam roupas que ela não pode usar, por exemplo, os pais devem mostrar que não é o modo de vestir que vai determinar a aceitação dela ou não na sociedade. Os pais devem ajudar a criança a trabalhar com a diferença.

* Devem resistir com mais firmeza aos apelos da TV e do mercado, mostrando outras opções de programas e de produtos que considerem mais adequados.

* Mostre que o que passa na TV é um show, que aquilo não faz e não deve fazer parte da realidade da criança, que as artistas e apresentadoras de TV se vestem de acordo com a profissão que exercem, que no dia-a-dia as coisas são diferentes.

* É bom que se lembrem de que a criança não tem poder de compra. A menina não pode ir à loja sozinha comprar um novo estojo de maquiagem. A pressão dos filhos pode ser forte, mas quem pode agir são os pais.

* Se os pais sentem desconforto em ver a filha se diferenciar das demais, é porque eles sofrem de insegurança, e não a filha.

* Os pais têm o dever de se posicionar, de transmitir seus valores, o que consideram importante. Do contrário, a criança vai ter como referência o que é importante para os outros.

* É importante relativizar o que pode e o que não pode ser usado. Não é porque a mulher adulta veste uma sandália de tiras que a criança está proibida de fazer o mesmo. Aos pais cabe evitar os exageros.

* Se a menina gosta muito de se enfeitar e também é uma grande moleca, elogie os momentos em que ela aparece suada de uma brincadeira e não apenas quando ela aparece radiante na sala antes da festa.

* Para quem acredita, vale ressaltar sempre que a imagem importa, mas não define como a pessoa é ou pode vir a ser.

* Estimule a individualidade da criança, mostre que ela é um ser autêntico e o que vê na TV não é referência para um crescimento saudável.


Fontes: Rosely Sayão, psicóloga e colunista da Folha; Silvana Rabello, psicóloga PUC-SP; Nara Caron, médica e psicanalista da ABP


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