São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 2008
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Soja, chá verde, frutas e azeite compõem cafés da manhã no Japão e no Mediterrâneo

De acordo com levantamento de 2007 da OMS (Organização Mundial da Saúde), a maior expectativa de vida no mundo é das japonesas (de 86 anos), seguida pelas mulheres de Mônaco (de 83 anos). Elas vivem em regiões onde se acredita que as refeições são mais saudáveis, à base de vegetais, grãos e peixes e pobres em gorduras saturadas. Pesquisas têm mostrado, nos últimos anos, que a longevidade desses países e de outros às margens do mar Mediterrâneo também está relacionada aos alimentos consumidos.
No entanto, fala-se muito do que esses povos comem no almoço e no jantar. E no café da manhã? "Na mesa dos países mediterrâneos, sempre tem azeite, pão, frutas e coalhada", conta Isaac Azar, proprietário do restaurante Azaït, em São Paulo, e pesquisador de olivicultura.
O óleo da azeitona, reconhecidamente aliado do coração, está presente na torrada com tomates da Catalunha (Espanha), na salada de pepino e tomate do Marrocos e como tempero da coalhada seca no Oriente Médio, conta. Geléias variadas, toranja, tangerina, ameixas, damasco, tâmaras e figos são regados com mel e completam a refeição. "Eles consomem muito mais frutas e verduras e são uma população mais magra, o que os protege de eventos cardiovasculares. Na França, há o hábito de usar manteiga, mas em pequenas porções", diz Ana Maria Lottenberg, da USP.
Já os japoneses não dispensam uma tigela de arroz, outra de "missoshiro" (sopa feita com pasta de soja), peixes cozidos, algas e tofu. "O japonês não salga, não adoça nem apimenta demais a comida. Prefere sentir o sabor dos alimentos", diz Elly Shimasaki, gerente do hotel Royal Jardins, em São Paulo, que serve aos hóspedes um café da manhã oriental, acompanhado de chá verde, outro costume do país.
Além disso, podem consumir o "tamago yaki", uma omelete típica, temperada com pouco açúcar, molho de soja, sal e saquê, e o "nasu no agueni", beringelas ao molho de gengibre, açúcar e saquê.
"Eles são magros por causa dos alimentos que escolhem, mas há uma deficiência grave: falta cálcio na dieta japonesa, já que eles não costumam ingerir laticínios", comenta a nutricionista da USP.


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