São Paulo, terça-feira, 10 de maio de 2011
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

'Já me questionei, mas sei que fiz a opção correta'

"Sou uma 'não mãe' convicta. É uma opção. Quando eu tinha 21 anos, posso ter pensado que era bonitinho ser mãe, mas passou. Foi por opção, não foi por inércia.
A última vez em que eu pensei nisso foi aos 42 anos. Foi quando eu tomei a decisão definitiva. Nunca tive um arrependimento.
Eu amo criança. O problema é a permanência, é ser definitivo. Tenho facilidade com responsabilidade, mas é falta de vocação. Meu instinto maternal é mais com o social do que com uma criança que tem que ser minha.
A mulher pode praticar a maternidade com várias pessoas em diversas situações.
Meu trabalho tem um peso social, algo voltado à comunidade. É minha forma de ser. Não concentrei em um filho.
Tenho a consciência de que estou perdendo o mundo que é ser mãe. Eu achei que podia ser feliz, realizada, sem ter feito essa opção.
Tem mulher que não tem vocação e acaba tendo filho. É muito mais difícil optar por não ter do que optar por ter (quem tem diz que segue a lei da vida, que está fazendo igual a todo mundo). Conheço várias mulheres que têm o filho como fardo.
Já me senti pressionada. Eu tenho quase 55, com 30 todas as minhas amigas tinham filho. Às vezes nem é muito claro, a pressão é subliminar.
Eu acho que é uma posição como qualquer outra, não é egoísmo. Existem inúmeras mães que são egoístas. Hoje, acho que esse assunto deveria ser mais questionado pelas pessoas.
Nunca fraquejei. Eu já me questionei, sim, para ter certeza de que não me arrependeria depois. Hoje eu nem penso. Falo sempre: 'Fiz a opção correta'."

Maria Regina Vieira Pinto, 54, produtora cultural


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: 'Não quero dividir meu tempo com uma criança'
Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.